segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CRISE: O Calvário da Classe Média

O Princípio de Pareto



No século XIX um economista italiano chegou à conclusão de que a esmagadora maioria da riqueza de um país está concentrada num número muito reduzido de famílias.





Estamos em crise. Estamos a mergulhar nela há anos e anos. Mas só agora nos demos conta do abismo em que caímos. Porque insistimos em não dar ouvidos a quem nos queria avisar.

As classes baixas cometeram loucuras, endividaram-se (e endividaram-nos) até mais não. Foi um forrobodó completo, sem tento nem medida. Até que os credores nos bateram à porta.

Os Governos não fizeram melhor. Promessas a torto e a direito, obras faraónicas, endividamentos a rodos. Corrupção desmedida, impunidades umas atrás das outras. Tudo se podia fazer, torrava-se dinheiro como milho. Irresponsavelmente. Até que a casa veio abaixo.

E a quem é que o Estado vem esganar, vem sugar o dinheiro para pagar as dívidas gigantescas que a loucura de uns e a ganância de outros acumulou durante anos? Claro: à classe média.

Não é às classes baixas. Não, a essas é perigoso porque são elas que representam mais votos nas urnas. E se fossem incomodadas em demasia poder-se-iam revoltar e virar tudo do avesso. E lá se iam os tachos e as gamelas de tantos vampiros que andam a sugar o nosso sangue.

Também não é às classes altas, essas também são perigosas porque têm dinheiro. E dinheiro é poder e compra influências, bons advogados e impunidades. Senão, digam, quantos tubarões já foram condenados em tribunal pelas tropelias que andam a fazer? Nem o Vale e Azevedo, que está prestes a ficar isento de todas as culpas por prescrição dos processos. Depois de vigarices sem conta e de burlar o Benfica em milhões… E o Duarte Lima? Já se voltou a ouvir falar dele? E o...? E o...?

Quem sobra no final? A espezinhada classe média que não tem um número de votos que intimide mas que tem alguns recursos ganhos à custa de muito trabalho e de muitos sacrifícios. E que não tem defesa possível…

Tal como os pensionistas e reformados que, durante uma vida inteira confiaram mensalmente uma parte do que ganhavam numa entidade que pressupunham ser uma pessoa de bem e que agora, no fim da vida, lhes vem ROUBAR aquilo a que têm direito pelo seu trabalho de tantos anos.

Isto é honesto? Não é! Isto é ético? Tão pouco! Isto é moral? Nem pensar!

Mas o que interessa a Honestidade, a Ética, a Moral a quem vive obcecado nas garras da ganância?

O que interessa a esses elegantes senhores que falam uma linguagem «técnica» que ninguém percebe, que vestem fatos que um só daria para vestir bem uma família numerosa, que calçam sapatos italianos que um par daria para pagar dois ou três salários mínimos (e eles não têm apenas um), que almoçam em restaurantes em que a conta daria para alimentar uma família necessitada durante um mês, que se fazem transportar em viaturas de alto luxo (pagas com o NOSSO dinheiro) é continuarem a enganar-nos a todos para continuarem a usufruir dos chorudos privilégios que auferem por esvaziarem os nossos bolsos. Porque para isso estamos aqui todos, calados como carneiros à espera da tosquia.

Num país à beira da miséria isto é um ultrage, uma cuspidela na cara de quem os sustenta...

Este mês o povo acordou. A classe média (e não só) ergueu-se e rugiu de indignação, de frustração, de raiva. Ordeiramente… mas fez-se ouvir.

Mas receio que não vá ficar por aqui.

Porque esses senhores ainda não devem ter aprendido e andam, com passinhos de lã, a congeminar subterfúgios para ver se conseguem levar a água ao moínho deles sem que nós demos por ela...

Pensem nisso. Até amanhã


Afinal...

A «avaria» foi apenas fruto da «azelhice» do utilizador que não tem culpa de não ser Engenheiro Informático. Em cinco minutos foi resolvida... e cá estamos de novo... Ainda bem!











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