domingo, 23 de dezembro de 2012

Motivação e austeridade...

 

... ou o que está errado numa política certa!




E, embora a austeridade já nos tenha servido nos últimos anos para garantir que continuávamos a dispor duma bicicleta, neste momento já nos coloca mais perto do chão. Para o meu desespero, não deixa de ser curioso que um dos motivos dessa situação tenha sido o insucesso de acrescentar, ou no mínimo de comunicar, um propósito, um sonho, uma convicção para o esforço pedido aos portugueses. E esse sonho, ou melhor a falta dele, acaba por ser a diferença entre a dieta que nos estão a pedir e a fome que estamos a sentir.
 
Xavier Rodríguez-Martín in «Diário Económico»

Ler mais: http://economico.sapo.pt/noticias/emergencias-e-submergencias_158987.html


O que é «motivação»?

Podemos dizer que «Motivação» é aquilo que leva as pessoas a fazerem qualquer coisa. Por outras palavras, é o que as leva a empenharem-se com dedicação, esforço e energia naquilo que fazem.

Uma definição simples, mas particularmente adequada ao momento actual, seria:

Levar as pessoas a fazer (bem e de boa vontade) aquilo que tem que ser feito.

Um governo, com objectivos rigorosos a alcançar, deve concentrar-se no que motiva os seus concidadãos a esforçar-se para alcançar esses mesmos objectivos.



Tem sido amplamente demonstrado que:

  • Existe motivação positiva quando as pessoas visam satisfazer um impulso ou uma necessidade


  • A motivação termina quando as pessoas são obrigadas a sujeitar-se a uma exigência.

Ora a que temos vindo a assistir nos últimos tempos neste país? O Governo tem vindo a insistir até à exaustão na necessidade de medidas de austeridade. Mas...


Austeridade para quem?


Sempre para os mesmos... Consegue-se motivar a população? Nem por sombras porque as pessoas são obrigadas a sujeitar-se a exigências!

E, como consequência, procuram fugir a elas por todos os meios possíveis e a tarefa do governo torna-se, dia a dia, cada vez mais impossível.

Senhor primeiro-ministro, sabemos que estão a ser dados alguns passos no bom caminho e que os gastos supérfluos que a população portuguesa vinha a fazer há muitos anos, se estão a controlar. A prova está, por exemplo, na redução das importações, no aumento das exportações, na menor taxa de juro que estamos a conseguir nos empréstimos.

Mas acha que está a conseguir motivar a população, a fazer surgir aquela vaga de fundo indispensável para catapultar a nossa economia e ultrapassar este Cabo das Tormentas?

Não tenha ilusões, não está e, por esse caminho, não estará nunca.

Porque o senhor não está a conseguir motivar a população, nem nunca o conseguirá enquanto não tratar por igual todos os Portugueses, enquanto continuar a privilegiar uns quantos (infelizmente muitos) que continuam a eximir-se às responsabilidades que lhes cabem como cidadãos, pretendendo alijar a canga nas costas dos demais.

Portugal está desmotivado, sem força de ânimo para enfrentar o desafio.

Arrasta-se produzindo o mínimo possível à custa de chicotadas que lhe são vibradas por uma chusma de incompetentes cheios de vento que só pensam nos seus privilégios em vez de contribuirem para o bem comum. Porque não se convencem de que se esse bem comum for alcançado eles serão também fortemente beneficiados.

Claro que um escravo apenas produz o indispensável para evitar as chicotadas. Fazer mais e melhor? O que ganho eu com isso?

Para o ajudar a clarificar o seu pensamento, vou socorrer-me de uma imagem retirada de «Equilíbrio Corpo e Mente»:



(Ler mais: http://equilibriocorpoemente.wordpress.com/2010/07/27/motivacao-interna-x-motivacao-externa/):

Isto diz-lhe alguma coisa? Se pesar um por um os pontos mencionados na massa imersa do iceberg, verá que o governo falha em todos eles!

Por favor considere isto como uma prenda de Natal! De alguém que tem sido muito crítico mas que só deseja o bem do país. Por muito que lhe pareça o contrário. Perdoe que lhe diga isto, mas o actual governo tem uma grande falta de psicologia!

Porque os homens passam e morrem e Portugal fica!

Pense nisto e tenha um Santo Natal. Até amanhã




(Por estarmos na quadra natalícia, hoje não há publicidade)











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