quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Palavras leva-as o vento...


Por nosso mal, o Povo Português, fruto da ignorância em que criminosamente o levaram a mergulhar, ainda acredita nas promessas vãs que se fazem em campanhas eleitorais.

E muitos acreditam que os partidos políticos são como clubes de futebol a que uma pessoa se liga emocionalmente para toda a vida. 


Só que os partidos não são clubes de futebol e a adesão de alma e coração a eles não é de modo algum inócua e tem consequências sérias para o País.

As eleições só são um jogo para os «boys», só eles é que ganham ou perdem com os golos (leia-se votos) que nós próprios marcamos.

Daí que, cada vez mais, as pessoas, o eleitorado, se afasta dos partidos, das eleições e, desinteressado, vai deslizando para a abstenção face a um acto que, passo a passo, se vai descredibilizando.

Porque o abismo entre as promessas eleitorais e aquilo que vem a seguir, só pode significar uma de duas coisas:

  • Ou os políticos mentem descaradamente na sofreguidão e na ganância de poder que os move;
  • Ou, pura e simplesmente, não fizeram os trabalhos de casa e estatelam-se ao comprido na primeira dificuldade com que se deparam.

Desgraçadamente não há um único partido político que tenha a hombridade, a coragem, a verticalidade de dizer A VERDADE aos eleitores.

Verdade sem subterfúgios, sem artifícios, sem palavras nem tecnicismos obscuros. Verdade, límpida e cristalina, de modo que todos a entendam, desde o camponês ao erudito, desde o operário ao engenheiro. Verdade pura e simples.

Uma verdade de tal modo linear que as pessoas saibam SEMPRE com o que vão poder contar ao longo do tempo, com os sacrifícios ou benesses que vão ter, que não sejam apanhadas à má-fé por volte-faces que lhes convulsionem a vida que vão construindo com o trabalho e esforço do dia-a-dia.

Uma verdade a que as pessoas adiram conscientemente, sabendo de antemão com que contar, sabendo o comprimento do túnel que vão ter que atravessar, mas sabendo que, do outro lado, está a luz do Sol à sua espera.

Desviar-se deste caminho de rectidão é ser-se, no mínimo, demagogo, espezinhando as necessidades e sentimentos daqueles que nos confiaram os seus destinos.

Francamente, senhor Doutor Passos Coelho, o senhor desiludiu-me!

Até amanhã!



P.S. Para aquecer a alma... 








2 comentários:

Anónimo disse...

Um reparo: O Passos Coelho, desde muito antes de ser eleito já era um neoliberal puro, nunca me desiludiu pq nunca votei nele

Jorge Bastos Malheiro disse...

Caro Anónimo,
Não sei se terá reparado mas apenas utilizei a pessoa de Pedro Passos Coelho como exemplo de TODA a máfia política que pululava (e ainda pulula) nos corredores do poder embora com raras e honrosas excepções.
Todo o meu artigo é um libelo contra toda a desonestidade dessa classe de arrivistas que ao longo de quarenta anos têm sugado o sangue de povo português em nome de uma democracia de ricos em que são eles os criados dos principais beneficiados.
Abraço