O exemplo
de Istambul
Vamos hoje falar de Eléctricos...
Quando a STCP decidiu abrir a linha 22 entre o Carmo e a Batalha, disse para com os meus botões: «Que grande ideia»!
Na realidade esta linha é a recriação de uma carreira de autocarros que existiu nos longínquos anos 60 onde se pagava um bilhete de $20 (exactamente, dois tostões!). Os «jovens» de mais de 60 anos, certamente ainda se recordam disso! Os bilhetes eram brancos impressos a vermelho...
Era um percurso extremamente útil pois, embora o Carmo e a Batalha se encontrem sensivelmente à mesma cota, a verdade é que o fosso criado pela Praça da Liberdade era (é) um calvário extenuante. Subir a Rua de Santo António (hoje 31 de Janeiro) ou a dupla Clérigos/Carmelitas no sentido oposto, é um desafio às pernas e ao coração de qualquer um. Sobretudo dos que já não têm 20 anos...
Mas confesso que hoje estou bastante desiludido, não com a linha 22 em si, mas com o modo como é explorada.
Há tempos estive em Istambul onde, tal como no Porto, existe uma linha clássica de eléctricos, a «nostalgy tram» entre a Praça Taxim e o Tünel (uma espécie de funicular subterrâneo que conduz até à ponte Galata sobre o «Corno de Ouro»).
A avenida que o eléctrico percorre - Istiklal Kaddesi - é uma via pedonal, terá 2,5 a 3 quilómetros de extensão, é quase plana e no entanto os elécricos andam sempre cheios. De turistas e locais. Ao contrário do que acontece com a nossa linha 22.
Porque razão? Muito simples: os eléctricos passam de 15 em 15 minutos. Se se perde um, não se tem que ficar meia hora à espera do seguinte como na linha 22.
Portanto, fruto da minha experiência turca, permito-me fazer uma sugestão à STCP: acabar com a linha T (de «Tolice») e reforçar a linha 22 de modo a que os veículos tenham uma frequência entre os 10 e os 15 minutos.
Coloque-se o eléctrico 222 na linha 1 entre o Infante e o Passeio Alegre a fazer o percurso turístico da marginal e desloque-se um dos outros Brill a fazer o reforço da 22. Ficamos todos a ganhar. E experimentar não custa nada...
Assim as pessoas utilizam-na, tanto os portuenses como os turistas, sem necessidade de um «amarelo» todo apinocado mas que passa a vida às moscas. E poupam-se as pernas entre o Carmo e a Batalha...
Vamos pensar nisso? Mesmo a sério? Até amanhã!
P.S. Palavras para quê?
Vamos brindar à «irmandade» entre o Porto e Istambul...
nos extremos opostos da Europa do Sul!
(Até rima...). À nossa!
(no FACEBOOK)
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