domingo, 28 de outubro de 2012

A Lei de Murphy



... na base da Força Aérea Americana de Edwards, Califórnia procedia-se à execução do Projecto MX981.

Tratava-se de uma investigação sobre acidentes de aviação cujos trabalhos estavam a cargo da Northrop Aircraft sob controlo do Aero Medical Lab de Wright Field.

O nome da lei deve-se ao capitão Edward Murphy, Engenheiro da Wright Field Aircraft Lab que, frustrado pelo mau funcionamento de um aparelho devido a um erro de ligação eléctrica de dois manómetros, desabafou:

«Se alguma coisa pode correr mal, ela corre mal!»


Este desabafo, hoje universalmente conhecido como a Lei de Murphy, tornou-se uma das bases do controlo na tomada de decisões.


Quer isto dizer que, quando tivermos que tomar uma qualquer decisão devemos previamente estudar profundamente TODAS as hipóteses pelas quais a decisão pode não dar certo de forma a acautelarmo-nos de todas as eventualidades contrárias.

Devemos, nós próprios ou alguém que o faça sem constrangimentos, assumir o papel de advogado do diabo dessa decisão de modo a detectar atempadamente, e precavermo-nos, de todas as hipóteses de fracasso, não excluindo, se for caso disso, o abandono da decisão a tomar.

E a que propósito vem isto? Bem, considerando os avanços e recuos havidos várias vezes relativamente a medidas que o Executivo pretende tomar, torna-se cada vez mais aparente o desconhecimento deste lei por parte de quem nos governa.

E não apenas agora, também em governos anteriores. Estes com uma agravante:

Não faziam recuos quando constatavam que uma decisão estaria errada.

E os erros foram levados até à últimas consequências. Custasse o que custasse ao País.

E assim temos vivido, de tolice em tolice até à situação actual.

Meus senhores, que ocupais pelo nosso voto os mais altos cargos da Nação: Antes de anunciardes uma qualquer intenção menos feliz, não vos será possível sentar-vos a uma mesa e pensardes, profunda e exaustivamente, em razões que possam levar essa vossa intenção a correr mal?

Talvez com um pequeno esforço nesse sentido possamos evitar o turbilhão e a incerteza em que vivemos.

Desejais (e é vital) dinamizar a Economia. O primeiro passo nesse sentido já foi anunciado:
  • Baixar o IRC para 10% para as empresas produtoras de bens transaccionáveis
Mas há três outras sem as quais os investidores não se arriscam a investir aqui o seu dinheiro:
  • Agilizar os processos de licenciamento eliminando a teia de burocracias (e corrupções) que os fossilizam;
  • Simplificar o emaranhado de legislações que emperram os tribunais permitindo julgamentos rápidos e eficazes;
  • Rever, simplificando-a, a Legislação Laboral no que concerne à rescisão unilateral do contrato de trabalho sempre que esteja em risco a sobrevivência da empresa.
E por aqui me fico. Por vezes há decisões difíceis de tomar. Mas um homem se é HOMEM não recua perante elas.

Pensem nisso. Até amanhã


P.S. «Uma imagem vale mais que mil palavras» (Confúcio) 

2 comentários:

Henrique de Almeida Cayolla disse...

Bom dia Jorge
Li agora o teu perfil completo.
Só ainda não trabalhaste fora deste planeta; se estivesses cá daqui a anos, ainda ias trabalhar para Marte!
Muito rico o teu historial.Continua com as tuas contundentes crónicas, que elas são bem necessárias, para sacudir o torpor, como dizes.

Jorge Bastos Malheiro disse...

Obrigado, Henrique, pelo teu apoio. Quem me dera que houvesse muitos mais como tu. Infelizmente, embora o blogue tenha um número interessante de visitas, são raríssimos aqueles que, como tu, se pronunciam e comentam. Bem hajas