sábado, 20 de outubro de 2012

Quem manobra Passos Coelho?

Passos avisou Portas que oposição ao Orçamento seria o fim do Governo

... O i revela também que outros ministros, do PSD e independentes, se sentiram verdadeiramente humilhados quando na segunda-feira chegaram ao Conselho de Ministros e ouviram Passos Coelho afirmar que o Orçamento estava fechado e que não havia espaço para quaisquer alterações.
Ler mais em: http://www.noticiasaominuto.com/politica/15477/passos-avisou-portas-que-oposi%c3%a7%c3%a3o-ao-or%c3%a7amento-seria-o-fim-governo

Afinal às ordens de quem anda o nosso Primeiro-Ministro? Quando tem o CDS contra si, quando tem críticas de ministros do próprio partido, quando os ministros independentes se consideram humilhados... que motivos terá ele para insistir na sua política suicida contra tudo e contra todos?

Note-se que até os comentadores políticos da sua cor partidária ou próximos (Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Marques Mendes, Henrique Medina Carreira...) têm tecido críticas arrasadoras ao seu modo de actuar.

Também lhe não serviu de lição a manifestação de 15 de Setembro, espontânea, sem intervenção de partidos ou sindicatos que reuniu uma imensa multidão contestatária por todo o país.

Recorde-se que o Próprio FMI pela voz da sua Directora-Gerente, Christine Lagarde, aconselhou moderação ao Governo Português nas acções para controlar o défice. Debalde. Incompreensível a teimosia, a irredutibilidade de PPC.

O próprio Ministro das Finanças, Dr. Vítor Gaspar, antes de apresentat o Orçamento de Estado para 2013 quis colocar o seu lugar à disposição do Primeiro-Ministro, que lhe recusou o pedido de demissão.

(http://www.noticiasaominuto.com/politica/15471/gaspar-quis-demitir-se-mas-passos-disse-n%c3%a3o)

PORQUÊ?


Será que PPC não entende (ou não quer entender) que esta sua atitude dá lugar a suspeitas de toda a ordem sobre o que andará ele a fazer do nosso País?

Ou é-lhe indiferente o que as pessoas possam pensar sobre a sua rectidão e honestidade?

  • Quando se recusa obstinadamente a taxar significamente os altos rendimentos (e quero dizer rendimentos MESMO ALTOS);
  • quando não há maneira de olear os mecanismos da Justiça para punir os prevaricadores;
  • quando se furta a distribuir equitativamente os esforços de recuperação por TODOS os Portugueses proporcionalmente às suas posses;
  • quando afoga em burocracias inúteis quem pretende arrancar com projectos de investimento;
  • quando tolera que a greve de UM só sindicato paralise toda uma empresa (CP, TAP, Metro) que tem de pagar aos outros trabalhadores que, pretensamente, «não fizeram greve» mas que vão fazer o mesmo uns dias depois;
  • quando faz descriminação entre as populações da capital relativamente ao resto do País (portagens, investimentos, «spill-over», etc...);
  • quando, em vez de se livrar de toda a «aristocracia operária» que emperra as engrenagens do Estado e das empresas participadas, manda para o desemprego milhares de contratados a prazo que trabalham;
  • quando à montanha das Fundações apenas conseguiu fazê-la parir um rato;
  • quando se vêem utentes do Serviço Nacional de Saúde que recusam tratamentos e não compram os medicamentos receitados porque não têm dinheiro para pagar as taxas moderadoras;
  • quando não tem coragem para taxar significativamente as mais-valias bolsistas;
  • quando se abstém de criar escalões de IRS mais elevados para quem aufere vencimentos de centenas de milhar de Euros mensais;
  • quando deixa as classes altas, com os seus rendimentos e luxos, sujeitas a taxas quase simbólicas em face do esmagamento da classe média;
o que é que o senhor anda a fazer pelo seu País? A servi-lo como devia ser o seu dever?

Qual o seu interesse nisto tudo? Será que, por aquilo que anda a fazer e sabendo que não se vai aguentar no Poder durante muito tempo, está a preparar o terreno para se ir reunir em Paris a José Sócrates?

E será que os partidos políticos não conseguem escolher um Homem decente para propor como Primeiro-Ministro? Ou estão à espera que surja um novo Marquês de Pombal para endireitar a Nação?

Uma pergunta final: Agora que o Orçamento de Estado foi aprovado na generalidade, será que na especialidade se vai aliviar alguma coisa?

Por aqui me fico. Até amanhã

(caricatura: cortesia de Moisés Carvalho - moisescarv@gmail.com / http://caricatola.blogspot.com a quem agradeço reconhecidamente a permissão de a utilizar)




Uma pedrada no charco!

P.S. Comprei este livro ontem 18/9 ao fim da tarde (data em que foi lançada a 1ª edição).

Já o acabei, de um fôlego! A primeira leitura. Porque agora há que estudá-lo! E interiorizá-lo!

É espantosa a lucidez, a clareza, a coragem com que JRS faz a análise de todas as variáveis que nos conduziram ao abismo em que neste momento está o País.

Numa estilo agradável e absorvente, não escamoteia as responsabilidades dos governos, dos sindicatos, dos políticos, das mentalidades de muitas camadas do povo português, do IEFP, dos empresários, enfim de TODOS quantos, em maior ou menor grau, contribuíram para nos fazer cair no abismo... por culpa própria.

E nem faltam as comparações com o sucedido na Grécia e na Alemanha, países em que deveríamos pôr os olhos como o mau e o bom exemplo de como se lida com uma crise. Ou se a evita.

Nem sequer a análise à conjuntura externa, aos mecanismos que originaram a crise europeia e mundial, às decisões aberrantes da banca norte-americana e internacional... um trabalho soberbo de pesquisa envolto numa história apaixonante.

Se o Governo tiver a hombridade, a honestidade, a honradez de assumir os próprios erros, esta obra é o guia perfeito para que se faça um «diagrama de Ishikawa» para identificar as causas e minimizar os efeitos com vista à saída da (nossa) crise o mais depressa possível.


Um trabalho EXCELENTE que merece ser lido com a maior atenção e que se medite sobre ele. E que cada um assuma, corajosamente, a parte que lhe toca da situação em que nos encontramos.

Devo dizer que, nos anos setenta, tivemos em Portugal uma situação semelhante à descrita no final do livro, embora não tão gravosa. Refiro-me à construção do Complexo de Sines em que a empresa onde eu trabalhava esteve envolvida. As diversas unidades foram construídas com recurso a financiamentos estrangeiros... mas em que era contratual que a grande fatia dos fornecedores fosse do país de origem desses mesmos financiamentos... Afinal não há nada de novo debaixo do Sol!

De qualquer modo, bem haja, Professor, pelo seu esforço. A bem de Portugal, faço votos que esta sua nova obra atinja, pelo menos, uma tiragem de dois milhões de exemplares. Para que as pessoas acordem do marasmo, do «deixa andar» em que se deixaram afundar. E sejam MUITO mais críticas na escolha dos políticos que elegem para reger os seus destinos. E que esses mesmos políticos, cujos comportamentos são denunciados pelo seu livro, arrepiem caminho e cumpram o seu dever: zelar por Portugal e não apenas vencer eleições.

Em meu nome pessoal e de todos os meus, MUITO OBRIGADO!






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