sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O estado da nossa Educação...




«Sem uma boa Educação não há país que sobreviva à crise»





O Movimento Escola Pública divulgou hoje um manifesto no qual afirma que "sem Educação de qualidade não há país que sobreviva à crise" e alerta para o facto de que apenas 32% dos portugueses possui o ensino secundário. 

"O Governo quer empurrar-nos ainda mais para trás: só 32% da população portuguesa tem o ensino secundário contra 72% no conjunto dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos]", afirmam os signatários do documento, entre eles, Carlos Gomes, da Plataforma pela Educação. 


Ler mais: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3032617
Já por mais de uma vez foi abordado nestas crónicas o estado calamitoso a que chegou o ensino em Portugal. e a comparação com o que se passava antes do 25 de Abril não se pode dizer que seja lisonjeira.

A realidade é que aqueles que frequentaram o ensino público nos tempos da «outra senhora» podem estabelecer em primeiríssima mão, uma comparação com a que foi ministrada aos nossos filhos nos tempos progressistas da nossa «democracia».

Mesmo aqueles que não tenham sido alunos excepcionalmente brilhantes, podem gabar-se de que aquilo que a nossa geração aprendeu na escola primária e no liceu nos proporcionou uma vasta cultura geral que não tem comparação com a «lavagem de porcos» que é servida aos jovens dos nossos dias.

E se hoje os nossos filhos e os filhos de colegas nossos têm uma excelente cultura geral (em comparação com seus colegas de escola) isso ficou a dever-se ao ambiente doméstico que os incentivou e não pactuou com as facilidades estupidificantes apregoadas pelas elites vanguardistas da nossa praça numa vergonhosa e alienada caça ao voto.

Claro que isso representou um esforço adicional para as famílias no sentido de compensarem por elas próprias o laxismo e a incúria com que os sucessivos governos foram empobrecendo a qualidade do ensino de tal modo que, hoje em dia, é confrangedora a ignorância das camadas mais jovens da população (e refiro-me a «jovens» de idade inferior a 40 anos) sobre os temas mais comezinhos que formariam o cimento de uma sociedade consciente e esclarecida.

Mas a quem interessa isso? Quem lucra com o embrutecimento da sociedade portuguesa?


  • Em primeiro lugar, os políticos, que podem «vender» as maiores enormidades ao povo eleitor que não tem discernimento para saber distinguir a verdade de umas quantas tretas balofas.



  • Em segundo lugar, o grande capital, a quem interessa mão-de-obra inculta e submissa a quem possa manobrar à sua vontade.


Repare-se que as pessoas de posses, com uma visão alargada das realidades da vida, colocam os seus descendentes em colégios particulares onde o ensino é exigente e levado a sério a fim de garantirem uma sólida cultura e o futuro das suas crianças. Eles lá sabem porquê. Mas os postos elevados e bem remunerados da Nação vão parar às suas mãos.

Será que ainda vamos a tempo de consertar isto? 

É trabalho para mais de uma geração que exige, sobretudo, uma grande consciencialização e uma vontade a toda a prova.

Com a comunicação social um tanto ou quanto manietada por grupos económicos, vão sendo blogues como este livres e descomprometidos - que vão tentando manter acesa a chama da Pátria.

Será suficiente? Todos vamos fazendo um grande esforço nesse sentido.

Pensem nisso. Até amanhã!


 A cultura é o que identifica um povo com a sua finalidade. Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito'






P.S.  TGV Lisboa-Madrid
Afinal o nosso Governo anda a colocar o carro à frente dos bois. Veio ontem o desmentido de Bruxelas sobre o financiamento da linha de TGV Lisboa-Madrid.  Há muita gente ansiosa de rechear ainda mais as bolsas à custa do Zé Povinho. Até inventam notícias falsas a ver se pega...  
E agora vem o Governo dar o dito por não dito! 
Que tristeza, que falta de vergonha! Ganância desmedida sem escrúpulos de qualquer espécie...


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