domingo, 16 de dezembro de 2012

Portugal é o 5.º mais rentável da Europa...


http://jvacondeus.blogspot.pt


 

... na agricultura





Portugal é o quinto país da União Europeia onde a actividade agrícola por trabalhador mais rende em 2012.

Dados hoje revelados pelo Eurostat indicam que o rendimento do sector agrícola cresce 9,3% em 2012, com a Bélgica a liderar com um crescimento de 30%. Para além deste país, à frente de Portugal posicionam-se apenas a Holanda (14,9%), a Lituânia (13,6%) e a Alemanha (12,1%). A Espanha ficou em 14º lugar com um rendimento de apenas 2,4%.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-e-o-5-mais-rentavel-da-europa-na-agricultura=f773316#ixzz2Evxn2hoY

Após o 25 de Abril, a Agricultura tem sido considerada a parente pobre da economia, com a fuga generalizada dos trabalhadores para os sectores secundário e terciário esquecendo-nos de que sem comida não podemos viver. E passámos a viver alegremente de importações com o consequente desequilíbrio da nossa balança comercial que tem contribuído para o agravamento da nossa dívida externa.

A Superfície Agrícola Utilizada (SAU), composta por terras aráveis, culturas permanentes, prados e pastagens, corresponde a 13 736 milhões de hectares, ou seja, a 42% da superfície total do país, encontrando-se grande parte em zonas desfavorecidas, uma das razões para que a intensificação observada em muitos países europeus não se tenha verificado em Portugal (fonte CONFAGRI).

De acordo com os dados do Eurostat, em 2001 perto de 36% (3 milhões de hectares) da superfície total estava ocupada com floresta. A superfície agrícola útil (SAU), que ascendia a 3 838 milhões de hectares, correspondia a 42% da superfície total, representando ligeiramente menos de 3% da SAU total da UE. A maior parte da superfície agrícola localizava-se em zonas desfavorecidas (85%), 28,7% da qual se situava em zonas de montanha. Estas características constituíram sempre um obstáculo natural à intensificação da agricultura portuguesa, nomeadamente nas zonas do interior.

As terras aráveis, que representam a principal utilização da SAU, ocupam 1.610 milhões de hectares (42%), seguidas pelos prados e pastagens permanentes (1.390 milhões) e pelas culturas permanentes (767 milhões).

 




Dada a origem diversificada das fontes de informação utilizadas, nem sempre os períodos temporais considerados são coincidentes. No entanto permitem uma visão relativamente aproximada da realidade que temos vivido.

Não se pretende fazer aqui um tratado sobre a nossa agricultura, mas apenas dar uma panorâmica geral que permita a compreensão da situação e das ideias propostas. 

Assim, comecemos o nosso estudo por deitar uma vista de olhos pela Balança Comercial Portuguesa, apenas no que diz respeito aos bens:





Como é do conhecimento geral, as nossas importações ultrapassam significativamente as exportações há já muitos anos. Ou seja, estamos a viver acima das nossas posses. Como temos conseguido isso? Endividando-nos... o que, com o passar dos anos, nos conduziu à situação em que actualmente estamos.

E quais são os artigos mais responsáveis por esse desequilíbrio? Repare-se que apenas três tipos de bens são responsáveis por 40% das nossas importações:




No primeiro grupo, pouco podemos fazer. Àparte a economia de produtos energéticos e a aposta nas energias renováveis (por muito investimento inicial que seja necessário, a verdade é que o «combustível» que gastam é a água da chuva e o vento) apenas podemos contar com a reciclagem de óleos usados e a utilização de biodiesel que (sabe-se lá porquê... mas imagina-se) ainda não está devidamente regulamentada.

No segundo já podemos fazer algo, uma vez que temos muitas empresas a fabricar componentes para a indústria automóvel, linhas de montagem e até uma unidade (Auto-Europa) que é a nossa bandeira de exportação. Mas poderíamos ter mais, embora com tecnologia estrangeira. Se as firmas construtoras estiverem dispostas a investir em Portugal.

Pena foi que tivéssemos liquidado duas unidades produtoras de equipamento ferroviário (SOREFAME e SEPSA) e estejamos, nesse campo, fortemente dependentes da importação.

No entanto, no terceiro grupo há perspectivas bem positivas se as soubermos utilizar devidamente. 



Repare-se que, embora actualmente estejamos numa enorme dependência externa, a realidade é que em tempos não muito distantes já tivemos uma auto-suficiência superior a 80% que poderemos vir a retomar ou mesmo ultrapassar. Se nos dispusermos a trabalhar para esse fim.




Posto isto, analisemos as origens dos produtos importados. Fazendo o gráfico respectivo temos que 43% das importações vêm da nossa vizinha Espanha e 10% de França. Só por si, estes dois países representam mais de metade (53%) das nossas importações de bens alimentares.




Convertendo estes dados em numerário, temos:



Repare-se que, só de Espanha nós importamos perto de quatro mil milhões de Euros. E isto é particularmente importante porque se trata de um país com as mesmas características climatéricas e portanto adequado ao mesmo tipo de culturas... que poderíamos fazer em Portugal.

Certo que temos menor área de terrenos de aluvião, mas, em muitas áreas, os nossos produtos são de qualidade muito superior aos espanhois.

Nos cereais a produção parece estar a aumentar. No entanto há muitos produtores que abandonaram a produção, por exemplo, de trigo já que os preços de importação deste cereal (embora de qualidade inferior - trigo mole) são preferidos pela indústria, mais preocupada com os preços do que com a qualidade.




As diferenças de importância da agricultura nas diferentes regiões também são muito acentuadas. Em termos de emprego, a agricultura é especialmente importante na região Centro, ao passo que, em termos de valor acrescentado, a percentagem mais elevada cabe ao Alentejo, onde esse valor é superior a 10%.

A região onde a importância da agricultura na economia é menor é a de Lisboa e Vale do Tejo, que é também aquela onde se concentram os pomares e as vinhas mais produtivas de Portugal.





Um dado interessante que pode lançar alguma luz sobre a situação é a distribuição dos empresários agrícolas por faixa etária:




Como se constata, ao contrário do que acontece no resto da Europa, a incidência das faixas etárias mais idosas em Portugal é mais acentuada, o que poderá significar uma maior resistência à mudança.

Seria interessante cruzar estes dados com a escolaridade adquirida, mas, infelizmente, não conseguimos os elementos indispensáveis para esse estudo.

No entanto os dados do Eurostat indicam que o nível de instrução dos empresários agrícolas portugueses é baixo. Só 1% declaram ter recebido formação agrícola, para uma média de 5% na UE-15. Estes dois elementos colocam dificuldades ao processo de modernização da agricultura portuguesa.

Para mais elementos aconselha-se a consulta do site
http://ec.europa.eu/agriculture/publi/reports/portugal/workdoc_pt.pdf

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A agricultura, que em toda a parte se estima o nervo principal das nações, aqui olha-se como insignificante ou inútil. Além do mais, os portugueses vivem adormecidosde alma e corpo na indolência e gastando acima das suas posses.

Deana Barroqueiro in «D. Sebastião e o Vidente»

Postos estes dados em cima da mesa (mesmo tendo em linha de conta que poderão não ser totalmente exactos), é possível tirar algumas conclusões que julgamos pertinentes.

1. Temos possibilidades de aumentar significativamente a nossa auto-suficiência em produtos alimentares reduzindo as importações e melhorando o estado da nossa balança comercial.

2. As razões que estão por detrás da situação actual são diversas, mas parecem-nos assentar fundamentalmente em três vertentes:





  • Governo (ou melhor, os diversos governos dos últimos 40 anos): negociação da Política Agrícola Comum (PAC); extinção de projectos em curso (açúcar de beterraba, cultura de tabaco); deficiente apoio financeiro e técnico aos agricultores (ao contrário dos nossos parceiros da União Europeia); deficiente legislação laboral (convidando os trabalhadores agrícolas à ociosidade); normas e regulamentos impeditivos (permitindo às sanguessugas locais a colocação de todo o tipo de entraves na mira de «luvas); etc, etc.

  • Agricultores: que não procuram cultivar-se e aprender; que não frequentam cursos de formação (que também não são devidamente preparados e adequados); que não tomam a iniciativa de trilhar caminhos novos; que, pelo facto de serem proprietários, acham que não precisam de aprender a lidar com os trabalhadores; que preferem ter os terrenos ao abandono a cedê-los a alguém que os queira rentabilizar; etc, etc.

  • Trabalhadores agrícolas: que preferem viver na ociosidade de um subsídio; que fazem exigências desmesuradas que sabem de antemão não poderem ser satisfeitas; que não procuram aprender para irem mais além na vida; que apenas fazem o mínimo possível quando trabalham; etc, etc.
O que pode ser feito? O que acima foi dito já dá muitas pistas para actuação a quem o queira fazer. Por exemplo, abrir as fronteiras a famílias de agricultores que queiram trabalhar as terras abandonadas. Por isso:

USEM A IMAGINAÇÃO (sem ser para arranjar maneiras de enganar o fisco nem burlar o próximo).

Vão pensando nisso. Até amanhã!



P.S. Certamente a Senhora Ministra da Agricultura, com os dados e meios a que tem acesso, poderá fazer um estudo muito mais exacto e produtivo do que este. Desde que não confie cegamente em quem possa ter interesse em varrer o lixo para debaixo do tapete. Só que nós fazemos o que fazemos com os meios de que dispomos: fazemos omoletes sem ovos! Por isso se apresentam aos leitores as nossas sinceras desculpas por algum erro cometido. No entanto, entendemos que é mais vale uma informação relativamente incorrecta mesmo com uma margem de erro de 50% do que uma informação nula com uma margem de erro sem limites...!


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