quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Como arranjar dinheiro...




...sem sobrecarregar mais o povo





Nos dois últimos blogues já apontámos despesas obscenas e revoltantes daqueles a quem confiámos a tarefa de reger os nossos destinos.

Mas o nosso (des)governo, sem astrolábio ou bússola sensata que o guie pelos mares procelosos da dívida insensatamente criada, insiste despudoradamente na mesma receita de espremer até à exaustão uma classe média trabalhadora e criadora de riqueza deixando de fora todos os vampiros que continuam a alimentar-se do sangue da manada, como dizia Zeca Afonso.

Com isso o que está a conseguir? Criar uma nova classe pobre, a da pobreza envergonhada que, até há poucos anos viveu numa paz desafogada, que não cometeu loucuras nem se endividou para além das suas possibilidades e que, agora, se vê esbulhada daquilo que foi construindo ao longo dos anos com o seu suor e o seu sangue.

Mas esta situação tem uma solução simples (assim haja vontade e sobretudo coragem de a empreender) e que tem a vantagem de evitar mais pedidos de financiamento ao Estrangeiro.

Aí vai:

Em vez de continuar a sangrar quem tem orçamentos familiares limitados, propomos que os vencimentos acima de 5.000 Euros sejam parcialmente pagos em Certificados de Aforro.

Sim, vamos ressuscitar os Certificados de Aforro e utilizá-los para criar uma poupança coerciva a favor do Estado sobre quem ganha vencimentos que não estão ao alcance do comum dos cidadãos.

Por exemplo, sobre os rendimentos mensais acima de 5.000 Euros:
  • do valor entre 5.000 e 20.000 € seriam pagos 50% em Certificados de Aforro (CA);
  • do valor entre 20.000 e 50.000 € seriam pagos 60% em CA;
  • do valor entre 50.000 e 100.000 €, 70% seriam pagos em CA;
  • do valor entre 100.000 e 250.000 €, 80% seriam pagos em CA;
  • do valor acima de 250.000 €, seriam pagos em CA 90% dos rendimentos mensais.
Vamos dar dois exemplos:

  1. Um cidadão tem um vencimento ilíquido de 6.500 Euros (já incluindo as horas extraordinárias e quaisquer mordomias financeiras acessórias). Receberia (ilíquidos) 5.000 € isentos de CA + 750 € ilíquidos em numerário + 750 € em CA. No total, 5.750 € em dinheiro e 750 € em CA.
  2. Um cidadão que recebesse 30.000 Euros nas condições do anterior,  receberia os primeiros 5.000 Euros isentos de CA + 15.000 Euros em duas partes (7.500 € em numerário e 7.500 € em CA) + 10.000 Euros noutras duas partes (4.000€ em numerário e 6.000€ em CA. No total, 16.500 em numerário e 13.500 € em CA
  3. E assim sucessivamente... descontando posteriormente os impostos aplicáveis.
E isto incluiria, além das empresas privadas, as empresas públicas de qualquer tipo, os funcionários públicos, os governantes, deputados, Presidente da República. Englobaria a TOTALIUDADE dos rendimentos, fossem de honorários, vencimentos, pensões, reformas ou mais valias bolsistas. TUDO!

Deste modo teríamos uma retenção temporária a favor do Estado de uma parte significativa dos rendimentos mais avultados (que poderiam ser resgatados pelos titulares no final do prazo dos CA) acrescidos de uma taxa de juro igual à que agora a Banca concede às famílias que a ela confiam as suas poupanças.
(Sempre é mais humano que a sangria que fazem às classes menos afortunadas das quais retiram as verbas sem as restituirem jamais)

Acham pouco? Paciência, lucros obscenos não são para um país em crise financeira como aquela que atravessamos e se há sacrifícios, que eles sejam repartidos por todos na medida das suas possibilidades e não de forma inversamente proporcional à ganância e à influência (política ou financeira) de cada qual.

Mas não estou a ver, infelizmente, o nosso (des)governo a tomar uma atitude destas. Não só porque lhes entra directamente nos bolsos como corre o risco de irritar todos os polvos e tubarões que se movimentam na obscuridade e no silêncio dos gabinetes e que têm nas mãos os cordelinhos com que manobram as marionetes da nossa política.

Infelizmente.

Mas que a ideia era boa, lá isso era. E, acima de tudo, era MORAL... que é uma coisa que faz falta a muita gente.

Não é verdade, senhores políticos e capitalistas?

«… não se deixem enganar pelas aparências de quem afirma  que só deseja defender os altos interesses da nação e mais não faz do que cuidar da sua vida, fortuna e estado. Por isso a res publica, em vez de caminhar por estradas chãs e seguras, bastas vezes é desviada e arrastada por atalhos, sendas e caminhos tortuosos, onde, sujeita aos assaltos dos predadores, se desbarata e perde.»
(Deana Barroqueiro in «D. Sebastião e o Vidente»)
Pensem nisso. Até amanhã!

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