terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal!




Nasceu o Redentor!



Nesta data tão especial gostaria de ter notícias alegres para dar, notícias de Paz e Amor, notícias de que o nosso Portugal estava a recuperar, que o nosso Governo tinha tido um rebate de consciência e que vinham a caminho medidas sensatas de desenvolvimento e de combate à crise e às negociatas obscuras.

Notícias de que tínhamos como Presidente um Homem íntegro como Ramalho Eanes que não se desviava um milímetro do caminho da honra e da rectidão.

Notícias de que os corruptos tinham tido uma epifania e tinham devolvido ao Estado tudo aquilo de que se tinham apropriado indevidamente e que essas verbas iriam ser empregadas no desenvolvimento da Nação e do bem estar dos cidadãos.

Notícias de que as centrais sindicais tinham tomado consciência do mal que têm feito a todos nós e de que iam desencorajar futuras greves de transportes, de estivadores, de funcionários públicos para, finalmente, desaparecerem todos os entraves a quem quer trabalhar e desenvolver a competitividade.

Notícias de que a Justiça decidiu ser expedita e não acumular entraves ao desenrolar dos processos para que transitem rapidamente em julgado a fim de que os culpados sejam punidos e as vítimas sejam ressarcidas e indemnizadas dos danos sofridos.  

Notícias de que os nossos deputados resolveram meter mãos ao trabalho, deixado discussões inúteis de papagaios birrentos e, de mãos e espíritos unidos, tinham conseguido amalgamar o melhor das ideias de cada sensibilidade para dar a Portugal um sistema legal isento de buracos pelos quais os criminosos se pudessem escapar às suas responsabilidades.

Notícias de que a ganância sem freio e a ambição desmedida se tinham redimido e colocavam os recursos ao seu dispor para procurar vias para um desenvolvimento sustentado aproveitando o melhor de cada um para o progresso fulgurante da nossa economia.

Notícias de que a Formação Profissional tinha deixado de ser uma anedota cruel, que os cursos eram ministrados por formadores competentes justamente remunerados, que entusiasmavam os formandos e os levavam a adquirir competências muito válidas para a rentabilidade e crescimento das nossas empresas.

Notícias de que o Patronato tinha decidido aperfeiçoar-se profissionalmente e apostava na qualificação do seu pessoal de modo a ter uma elevada rentabilidade que lhe permitiria o acesso a um estilo de vida de alto nível sem sangrar as suas empresas até à exaustão.

Notícias de que os trabalhadores se sensibilizavam para a assiduidade ao trabalho, para a contenção de custos, para se autocontrolarem na qualidade do seu trabalho a fim de que que as respectivas empresas pudessem ser mais rentáveis e lhes retribuíssem o esforço pela melhoria das suas condições salariais.

Notícias de que os reformados e pensionistas seriam devidamente recompensados por uma vida inteira de trabalho e que os seus descontos para a Segurança Social lhes garantiam uma velhice digna e uma assistência médica consoante as suas necessidades.

Notícias de que o Serviço Nacional de Saúde se tinha reorganizado, auto-expugando-se de gastos injustificados e que conseguia  atender devidamente todos os utentes em tempo útil.

Notícias de que todos os burocratas do funcionalismo público se tinham consciencializado de que são pagos com o dinheiro de todos nós, de que não são os patrões dos contribuintes mas antes os seus servidores, e que tinham deixado o abuso de pausas para o café a toda a hora, de ausências sem razão, de entradas tardias e saídas antecipadas, de processos na prateleira à espera de uma cunha ou de umas luvas...

Só que não é o 1º de Abril e não vamos contar mentiras...

Mas sonhar não custa.

Como dizia António Gedeão (aliás Prof. Rómulo de Carvalho),

«...
Eles não sabem, nem sonham
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.»

Poema completo em: http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/antonio_gedeao/pedra_filo.html


Tenham um dia feliz na companhia dos vossos entes queridos. Até amanhã!



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