quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ao fundo da minha rua...

 

... à espera da Câmara...!



Hoje é dia de folga... para o Governo central. Não encontrei nos títulos dos jornais nem nas notícias das TVs algo de novo que merecesse uma crónica. Sempre os mesmos problemas, sempre as mesmas notícias que já cansa criticar. Que não têm resposta nem merecem a atenção da parte dos visados no alto das suas importâncias... Bah! Gente que não tem vergonha nem emenda.

Não, hoje vamos voltar-nos para a Administração Local. E, como exemplo, para uma Câmara que até tem sido citada como um exemplo de boa gestão e que tem as contas em ordem e paga dentro dos prazos: a Câmara Municipal do Porto.

Pois, mas no melhor pano cai a nódoa. E o Dr. Rui Rio, mau grado toda a sua competência, ainda não conseguiu pôr todos os departamentos da autarquia a funcionar como desejaria. Nem conseguiu extirpar vícios herdados de há muitos anos.

Há muito tempo que, ao calcorrear as ruas da cidade, me tenho deparado com cartazes de pedidos de licenciamento de obras que se arrastam durante meses (por vezes mais de um ano) à espera do indispensáveis despachos dos serviços camarários... que nunca mais chegam.

Porquê? Porque razão, numa câmara tão eficiente, esses serviços funcionam tão mal?

Nunca me preocupei grandemente, porque, regra geral, se tratava de grandes empreendimentos, de valor apreciável e que, presumivelmente, os investidores teriam verbas para arcar com os custos desse atraso. Embora não me parecesse correcto nem justificável.

Só que, desta vez, trata-se de uma habitação humilde, de pessoas de escassas posses, de uma obra apenas para tornar habitável uma casita bastante degradada.

De que estão à espera os Senhores Engenheiros da CMP para despachar um assunto tão corriqueiro? Não quero acreditar que alguém esteja à espera de ser «recompensado» por um despacho por uma obra tão modesta.

Senhor Dr. Rui Rio, tenho-o na conta de uma pessoa séria e honesta. Por alguma razão a difícil população portuense confiou em si para três mandatos consecutivos. E para mais confiaria se não fossem os interesses de uns quantos que são incapazes de respeitar obra bem feita.

Por isso, encarecidamente lhe peço que deite os seus olhos para este seu departamento que, certamente, está a precisar de uma criteriosa inspecção ao seu funcionamento.

Há tempos houve um caso de tentativa de corrupção passiva por parte de um engenheiro da CMP junto da empresa fornecedora de semáforos. Foi aberto um processo disciplinar a esse funcionário que foi exemplarmente punido. Mas parece que a lição não foi suficiente.

E, já agora, que este caso seja um alerta para todos os autarcas em vésperas de eleições:

Para aqueles que têm esperanças de ser reeleitos, é boa ocasião para causarem boa impressão junto dos vossos eleitores, limpando as resmas de processos que estão a ganhar pó nas prateleiras à espera de um despacho. Como o caso que refiro acima.

Vou contar aqui dois casos paradigmáticos, iguaizinhos, que se passaram (e passam) em serviços públicos de meu conhecimento profissional: os funcionários, deliberadamente, atrasam o serviço durante o horário normal de trabalho para fazerem horas extraordinárias ao fim de semana e aumentarem substancialmente os seus honorários.

Falta de vergonha? Sem dúvida. Falta de escrúpulos? Nem se discute. Razão para processo disciplinar? Absolutamente. Mas também cumplicidade e laxismo das chefias que deviam ter os olhos bem abertos para zelar pela «coisa pública» cuja responsabilidade lhes está confiada. Porque, já aqui foi dito várias vezes,...

«Quando o subordinado falha, a culpa é do chefe»

Aceite os meus melhores cumprimentos

Até amanhã!


P.S. Gostaria de lhe confiar o meu voto para futuro Primeiro-Ministro. Sinceramente espero que se candidate!

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