sábado, 5 de janeiro de 2013

Ai, que sentido de humor que eles têm!

 

«Não há provas que Portugal seja um país de corruptos»


O ex-diretor da PJ (Ramos Caniço) desafia a ser comparado o número de condenações por corrupção noutros países, mas reconhece que a investigação da corrupção não é das melhores.

Ler mais em: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2972986


Isto é mesmo demais! Quando, mais adiante, na mesma entrevista o mesmo entrevistado afirma:

Podemos dizer que em Portugal a investigação de corrupção não é das melhores. É verdade. Não é das melhores. Mas não pela questão de organização da PJ. É pela lei. Se a lei não lhe permite fazer uma série de coisas e permite às pessoas fazer, não posso depois dizer que eles praticaram actos de corrupção.

E porquê esta afirmação? Umas linhas abaixo, podemos ler esta «pérola»:

Porque ela (Drª Cândida Almeida) coloca-se na posição formal, segundo a qual a pessoa só pode ser considerada corrupta quando a sentença transita em julgado.




Ou seja, não há corrupção porque não há sentenças transitadas em julgado e estas não existem porque a lei o não permite!
 



Digam lá se isto tudo não é uma grande anedota? Ou será que percebemos mal?





E quem é que construiu essa anedota? Quem é que legislou? Os nossos excelentíssimos deputados da Assembleia da República.

Continuando nesta linha de raciocínio, chegamos à conclusão que se, legalmente, não existe corrupção em Portugal é porque os senhores deputados não souberam fazer aquilo para que estavam mandatados para fazer. Ou não quiseram. Ou não lhes conveio, o que é ainda mais grave.



Isto é a grande diferença entre o que é legal e o que é ético.




Para se ser membro da Ordem dos Engenheiros (organização a que eu tenho muita honra em pertencer) é exigido fazer um exame de admissão à Ordem. No qual consta uma formação em ética profissional em que o livro actual de apoio é o que ao lado se ilustra.

Pessoalmente, embora possa ser parte suspeita, parece-me que não seria de modo algum despropositado que os senhores Deputados e os políticos em geral, tivessem este livro como livro de cabeceira e que fossem obrigados a estudá-lo (ou outro equivalente) antes de poderem candidatar-se a eleições para cargos no aparelho do Estado.

(Por falar nisso, porque será que não há um único ministro engenheiro??)

Por isso, pesem embora todos os artifícios legais que permitem que tantos crápulas continuem à solta e a rir-se de nós pode afirmar-se que...


Há corrupção em Portugal ao nível dos países do terceiro mundo!


Basta ler o que a cada passo aparece nos jornais e os casos que cada um sofeu na pele...

Procurem-se os culpados desta situação, criem-se as leis adequadas e expurgadas desses malabarismos, e punam-se exemplarmente os prevaricadores. A ver se recuperamos a nossa credibilidade, a nossa honra de Portugueses e o dinheiro que desapareceu dos cofres do Estado


Fiquem bem. Até amanhã!


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