quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Universidades... para quê?

 

Para exportar talentos?

Orçamento 3013: Cortes deixarão universidades "abaixo da linha de água"
O corte adicional da ordem dos 10% na dotação para as universidades, deverá deixar as instituições numa situação difícil. Reitor da Universidade de Coimbra espera "bom senso."

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/cortes-deixarao-universidades-abaixo-da-linha-de-agua=f764356#ixzz2BLgXsNks

Há cerca de dois meses atrás, teci comentários bastante críticos sobre o tratamento que está a ser dado ao Ensino Superior no nosso país (Enjeitar o ouro, acolher o lixo).

As famílias portuguesas, na ânsia de criarem melhores condições de vida para os seus rebentos, têm vindo a fazer esforços inauditos para lhes darem uma formação superior, contribuindo para uma melhor preparação dos jovens que um dia iriam ser a nata intelectual da nossa sociedade.

É através deles que se iria formar uma classe média-alta, competente e sabedora, habilitada a criar riqueza e a gerir as nossas organizações no sentido do desenvolvimento e do progresso do País.

Mas afinal a que estamos a assistir?

Para além da enorme dificuldade de colocação dos jovens recém-formados, a sujeitarem-se a trabalhos inferiores e a receberem vencimentos de miséria (há engenheiros a receber o salário mínimo e contratados a recibo verde), vem agora o nosso (des)governo aumentar as dificuldades na obtenção dos cursos que tanta falta fazem ao nosso desenvolvimento reduzindo ainda mais a dotação das Universidades públicas e Institutos Politécnicos.

Se actualmente um dos recursos que os jovens têm é a emigração (e quantos estudantes Erasmus têm ficado nos países para onde vão estagiar!), é bom que se tenha consciência de que estamos a exportar os nossos maiores talentos, malbaratando os sacrifícios das famílias e dotando países terceiros de técnicos e cientistas altamente classificados em cuja formação esses países não dispenderam um cêntimo que fosse.

Repare-se que os estudantes que conseguem entrar para o ensino superior público são aqueles que obtiveram as melhores notas no secundário, são portanto aquilo que de melhor o País criou.

Sabe-se que o Estado está sedento de recursos, que deita a mão a tudo o que pode... sobretudo na classe média!

  • Porque no proletariado quase não toca... porque é daí que vem a grande percentagem dos votos.
  • E no grande capital também não, porque é ele que alimenta a corrupção.
  • E nas «gorduras» de que tanto se fala também não convém porque são o ganha-pão dos inúmeros «boys» e «compadres» que vivem à nossa custa e o refúgio de muita gente quando abandona os cargos oficiais.
E assim, alegremente, se vai hipotecando Portugal, delapidando o futuro, e entregando ao estrangeiro o esforço e o investimento das famílias Portuguesas. Não bastavam os impostos que temos que pagar aqui, ainda vamos subsidiar a economia de quem é mais abastado do que nós!

Claro que eles recebem os nossos jovens de braços abertos. Pudera, não!

Se, no entanto, pretenderem realizar poupanças no Ensino Superior, três sugestões no sentido de desencorajar os maus alunos de se «distraírem» das suas obrigações escolares e conduzi-los a concentrarem-se nos seus estudos poupando despesas às famílias e ao País: 
1. Reintrodução das prescrições: Cada aluno não pode ter mais de três reprovações em cada disciplina (quatro se a terceira fôr na época de Julho).
2. Introdução de propinas progressivas: Aluno que transite ou não de ano e que tenha de se inscrever novamente numa disciplina pagará mais uma percentagem significativa do respectivo valor.
3. Irradiação da respectiva Escola caso não apresentem aproveitamento, pelo menos em 50% das disciplinas em que estiverem inscritos em cada ano

Por outro lado, eu sei (como muita gente também sabe embora não haja provas) que nos fornecimentos ao Ensino Superior público se fizeram (e fazem) muitas negociatas à custa dos contribuintes... como em todos os outros sectores do Estado. E isso pode significar uma elevada fatia das despesas das Escolas e, consequentemente, no orçamento do Ministério.

Mas aí a culpa não é do Ensino Superior em si mas de um deficiente controlo da Administração Central sobre o modo como as verbas são utilizadas. E disso, os alunos e as suas famílias não têm culpa.

Fiquem bem e vão pensando como corrigir isso. Afinal para que vos elegeu o País? Até amanhã!

P.S. Como não podia deixar de ser, a sugestão do costume:

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Ainda que mal lhe pergunte...

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