...voltam as Escolas Comerciais e Industriais?
Nuno Crato assina acordo em Berlim para reforçar ensino profissional
O ministro da Educação, Nuno Crato, garante que tem o "maior interesse" em reforçar e desenvolver o ensino profissional em Portugal com vista a reduzir o desfasamento entre a formação escolar e as necessidades do mercado de trabalho.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/nuno-crato-assina-acordo-em-berlim-para-reforcar-ensino-profissional=f764357#ixzz2BNeoY8Ix(foto: antiga Escola Industrial Infante D. Henrique - Porto)
Uma das (muitas) barbaridades cometidas na febre revolucionária pós 25 de Abril foi a extinção das Escolas Comerciais e Industriais onde era dada a oportunidade de formação a todos quantos não conseguiam aprovação no Exame de Admissão aos Liceus.
Recorde-se, em benefício dos mais novos, que o programa dos liceus era incomparavelmente mais exigente e abrangente do que o ministrado nas actuais EB2.3 que são uma anedota em comparação. Tanto que com o 5º ano (9º ano actual) os alunos já se podiam candidatar aos cursos dos Institutos e tirar uma formatura em 4 anos.
Tratava-se de um ensino paralelo em que os alunos poderiam prosseguir os estudos através dos Institutos Industriais e Comerciais se tivessem vocação para ir mais além e até podendo no final ter acesso às Universidades se o seu percurso escolar a isso aconselhasse.
Caso contrário, a partir dos 15 anos já tinham uma profissão certificada!
Mas tudo isso acabou nas fantasias pós-revolucionárias de Abril. Criaram-se muitas coisas boas mas deitaram fora o bébé junto com a água do banho. Porque antes de Abril havia também coisas boas. Mas não soubemos separar o trigo do joio. E agora, finalmente, após quase quarenta anos, estamos a tentar corrigir os erros que cometemos... na nossa bebedeira de liberdade.
Quais as vantagens destes cursos paralelos? Bem, por muita vontade que as famílias e as pessoas possam ter, a verdade é que nem todos têm um Q.I. que lhes permita alcançar uma licenciatura. E muitos jovens também não têm grande apetência pela vida intelectual preferindo, desde muito novos, enveredar por uma carreira mais profissional e, para eles, mais motivadora e gratificante. Que mesmo assim, se mais tarde o desejarem, lhes permite atingir altos voos.
Não me parece sensato, em nome de uma escolaridade mínima obrigatória (mas nem sempre adequada), obrigá-los a estudarem sem qualquer entusiasmo matérias que não lhes dizem nada e que não irão utilizar na vida futura. E que eles não irão assimilar porque a passagem de ano é automática.
Assim sendo, parece-me muito mais lógico e adequado encaminhá-los desde o 5º ano para um rumo que lhes seja mais atraente, libertando-os de esforços inúteis e fazendo avaliações periódicas da respectiva aprendizagem.
Certo é que essa lacuna tem sido parcialmente preenchida pelos Centros Protocolares de Formação Profissional (CENFIM, MODATEX, CICCOPN, CEQUAL, CECOA, CFPIMM, etc). Mas essa solução não invalida o mau aproveitamento que tem sido feito das potencialidades desses jovens que, à falta de estímulo, acabam (quantos deles?) por mergulhar em actividades marginais que os conduzem a submundos que não deveriam existir.
Ainda iremos a tempo? Se houver boa-vontade e lucidez... porque não?
Mas antes tarde do que nunca. E este pode ser um primeiro passo na direcção certa.
Pensem nisso. Até amanhã!
P.S. Brindemos ao futuro. Que seja melhor que o passado recente...
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Já sabe o que lhe vou dizer, não sabe?
Até amanhã!
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