quarta-feira, 22 de agosto de 2012

São «isto» empresários?


 

Quando os subordinados falham…

…a culpa é dos chefes


Muito se fala do peso das PME no tecido empresarial nacional e na importância que elas têm na recuperação do País. No entanto, muitos desses Homens que tiveram o rasgo e a coragem de criar as suas empresas e inúmeros postos de trabalho não são capazes de as fazerem elevar acima da mediocridade ou da mera sobrevivência, simplesmente porque caem em erros primitivos e não têm a humildade de entender que precisam de ajuda.

E, no entanto, os Centros Protocolares de Formação têm disponibilizado cursos de formação para chefias, que têm ficado às moscas porque os empresários, apenas porque o são, ou entendem que não têm nada a aprender ou acham aviltante voltar aos bancos da escola e expor as suas debilidades em público discutindo os seus problemas com quem pode ajudá-los a superá-las.

Para melhor ilustrar o meu ponto de vista, vou aqui citar três dos casos de que tive conhecimento em primeira mão:

1º Caso: Indústria Metalomecânica

Um serralheiro, pretendendo aperfeiçoar os seus conhecimentos no sentido de melhor interpretar as ordens recebidas, decidiu frequentar em horário pós-laboral um curso de desenho industrial. O curso foi pago pelo próprio funcionário e frequentado nas suas horas livres.

O patrão tomou conhecimento do caso e, pura e simplesmente, DESPEDIU-O

2º Caso: Indústria Têxtil

Um operário, desejando adquirir novos conhecimentos que lhe permitissem evoluir na profissão e subir na vida, inscreveu-se num curso de tinturaria, também à sua custa e em horário pós-laboral.

Quando o patrão soube do assunto, mandou chamá-lo e disse-lhe que deixasse o curso porque lhe aumentava o salário. Caso contrário teria de despedi-lo.

3º Caso: Indústria da Madeira

Este é mais sofisticado. Certo empresário, desejando aumentar o seu “status” social, decidiu contratar um engenheiro.

O nosso engenheiro, começando a trabalhar, analisou os layouts, os processos produtivos, os equipamentos existentes, os circuitos documentais, os aprovisionamentos, a gestão dos stocks, etc.

Passado um tempo foi falar com o patrão e disse-lhe que, com um investimento moderado seria possível diminuir em cerca de 40% os custos de produção.

Claro que perante estes números o patrão ficou eufórico e pediu ao engenheiro que lhe apresentasse um estudo detalhado, o que ele fez ao fim de algumas semanas de estudo e de consultas ao mercado.

Passou o tempo e nada de reacção do patrão. Até que por fim o engenheiro se decidiu a perguntar pelo estudo ao empresário.

Resposta deste: “Ó engenheiro, nem pense mais nisso. Se eu fizesse o que você quer eu deixava de perceber como as coisas eram feitas…"


...

Felizmente, casos destes não são muito frequentes. Mas depois as pessoas interrogam-se, queixam-se de falta de sorte, de subordinados incompetentes, sei lá de que mais. Oxalá estes exemplos possam servir de alerta para muita gente...

Robert Heinlein escreveu num dos seus livros:

«A Sorte é o resultado de uma preparação cuidadosa»

Pensem nisso! Até amanhã…


P.S. A internacionalização deste blogue continua a aumentar. Depois da Alemanha, Bélgica, E.U.A., França, agora também já foi lido na Noruega. É uma honra sem preço ter um alcance assim. Bem hajam!


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