segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Voaram 1715 milhões de euros...


Imagem: Voz do Acre (BR)


 

 

... em Certificados de Aforro!




O Estado ficou sem 1715 milhões de euros em Certificados de Aforro ao longo de 2012, cerca de 4,6 milhões por dia.

A crise económica e a fraca remuneração terão levado os portugueses a desmobilizar as poupanças. De acordo com o Boletim Mensal do IGCP, o instituto que gere a dívida pública portuguesa, a 31 de Dezembro de 2011, os portugueses tinham aplicados 11 384 milhões de euros em Certificados, um valor que caiu para os 9669 milhões no final do ano passado (-1715 milhões de euros).

Ler mais: Correio da Manhã (edição impressa) de Sábado, 26 de Janeiro de 2013

O Governo não deixa de nos surpreender pela incompetência! Faz uma festa de arromba por ter conseguido colocar títulos de dívida pública no estrangeiro a uns 6% e não consegue reter as poupanças dos Portugueses porque as remunera a menos de 3,3 %.

Segundo se pode ler na edição de 26 de Janeiro do Expresso:

Os portugueses chegaram a ter mais de 18 mil milhões de euros aplicados nos certificados de aforro, no início de 2008. Em novembro do ano passado já só tinham 9.667 milhões.
 
Senhor Primeiro-Ministro, senhor Ministro das Finanças, podem vosselências informar-me porque favorecem a alta finança internacional em detrimento da poupança dos Portugueses?

Acham que os Portugueses não corresponderiam se lhes colocassem ao dispor Certificados de Aforro a 5 ou 6% ao ano? Dinheiro NOSSO?

A não ser que a vossa intenção seja proteger a Banca nacional de uma corrida aos depósitos que detêm, remunerados miseravelmente a valores irrisórios ou nulos como nos depósitos à ordem.

A verdade, Senhorias, é que, perante uma acção vossa nesse sentido, os banqueiros portugueses ver-se-iam obrigados a alargar os cordões das suas (recheadas) bolsas e remunerar mais significamente quem neles coloca as suas poupanças.

E isso seria altamente lesivo dos opulentos rendimentos da aristocracia bancária, não é verdade?

Além de que as respectivas acções sofreriam uma quebra em bolsa... e isso iria desagradar a muita gente detentora dessas acções.

Pois é, Doutor Passos Coelho, mais um tiro no pé, igual aos muitos que já deu.

O curioso é que, já em Janeiro de 2010, o então Ministro das Finanças Teixeira dos Santos tivesse anunciado que estava a ser preparada uma emissão de Obrigações do Tesouro (OT) para particulares. Operação que afinal não chegou a concretizar-se.

Razões? Desconhecem-se, mas na mesma notícia (Diário Económico de 27-Jan-2010) se dizia que:

«As emissões de Obrigações do Tesouro são, normalmente, operações dirigidas a investidores institucionais, ou seja, estão blindadas aos particulares. »

Não custa a crer que os ditos «investidores institucionais» tenham manifestado ao Governo o seu desagrado pela hipótese de ser permitido aos particulares o acesso a algo que, até então, era terreno considerado exclusivo seu.

Quer que lhe diga mais, Senhor Primeiro-Ministro? O senhor pode ter legitimidade para governar, mas quem o elegeu não sabia o que andava a fazer.

Mas também não admira.

Desde 1974 que os sucessivos governos não têm feito mais do que embrutecer o Povo à custa da degradação do Ensino...!

Fiquem bem. Até amanhã!



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