quarta-feira, 24 de maio de 2017

















IXª Parte - Viver com Salário Mínimo



Como já foi salientado na IIIª Parte - Salário Mínimo, este valor não é pressuposto para sustentar um ser humano durante toda a vida, pelo menos em condições dignas. Digamos que é como que um seguro para uma pessoa organizar a vida procurando um trabalho mais adequado às suas qualificações ou para, através de Formação Profissional, adquirir competências que lhe permitam evoluir profissionalmente e melhorar o seu nível de vida.

Este ponto já foi abordado na IIª Parte - Para ter sucesso em Portugal onde se deu uma listagem de todos os Centros de Formação apoiados pelo Estado Português onde os candidatos podem frequentar cursos que lhes vão permitir inserir-se no mercado de trabalho em condições financeiramente mais atraentes.

Também na VIIª Parte - Brasileiros e Línguas Estrangeiras se deram informações e sites que permitem colmatar deficiências GRAVES que os imigrantes brasileiros trazem no conhecimento de línguas estrangeiras (nomeadamente europeias) que, num país integrado numa união internacional (União Europeia) com uma grande miscigenação idiomática é fundamental para quem tem aspirações a um nível de vida confortável tanto para si como para a sua família.

Colocados estes pressupostos a que se deve dar a maior atenção, vamos fazer uma breve análise sobre a eventual possibilidade de vida com salário mínimo


1. ALUGUER

Esta é, sem dúvida alguma a parcela que mais pesa no orçamento.

A primeira grande dificuldade com que os imigrantes se vão deparar é arranjarem um alojamento. Existe uma grande suspeição dos senhorios relativamente a inquilinos brasileiros já que, em tempos não muito distantes, tiveram amargas experiências com pessoas pouco dignas que abandonaram os apartamentos depois de meses sem pagar deixando-os em estado lastimoso que os obrigou a fazerem obras dispendiosas para o respectivo recondicionamento. É por isso de esperar que os senhorios exijam um adiantamento de SEIS MESES a UM ANO de aluguer para garantia de que, não só as rendas são pagas, como para as obras de manutenção necessárias se o apartamento for deixado em mau estado.

Desta situação os imigrantes não se podem queixar já que estão a ser as vítimas dos desmandos que compatriotas seus fizeram e da imagem que criaram.

E quanto a valores?

Para padrão, vamos servir-nos das rendas cobradas a estudantes universitários (pressupostamente considerados pessoas civilizadas) nas principais cidades universitárias de Portugal: Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Aveiro, Guimarães. Subentende-se que, quem quer ser tratado com dignidade, deve assumir um comportamento e uma atitude adequada, caso contrário não conseguirá obter aquilo que pretende.

Assim teremos, a título de exemplo não vinculativo:
  • Quarto: 200 a 300 Euros
  • Apartamento T1: 400 a 500 Euros
  • Apartamento T2: 600 a 700 Euros
Esta é a despesa mais pesada com que terão de se defrontar e não é de modo nenhum aconselhável que se deixem tentar por sobrelotar o alojamento pois podem ver-se a braços com graves dissabores dados os antecedentes acima referidos.

De qualquer modo, procure alojamento fora do centro da cidade, preferencialmente nos arredores já que os preços são bem mais acessíveis e os transportes públicos são de qualidade como veremos adiante.

MUITO IMPORTANTE:

As leis portuguesas são severas no que diz respeito ao direito ao repouso e ao silêncio nocturno. Muitos brasileiros não estão habituados a respeitar os vizinhos e fazem festas nocturnas com música alta, churrascadas e animação até altas horas da noite. Isto é TERMINANTEMENTE PROIBIDO e dá direito a intervenção policial caso os vizinhos apresentem queixa, já que o silêncio é obrigatório das 22 às 7 horas da manhã.

Nas relações com a imobiliária (ou com o senhorio) ter em atenção as recomendações que foram feitas na Iª Parte – Vir para Portugal, nomeadamente:

  •  NÃO TRATE AS PESSOAS POR «VOCÊ» E MUITO MENOS POR «TU». O Português é uma pessoa formal e esses tratamentos são apenas usados quando existe intimidade. E não é você quem decide quando é apropriado. Trate as pessoas por «senhor», «senhora» acrescentando o título académico quando disso tenha conhecimento: doutor(a), engenheiro(a), arquitecto(a), professor(a), etc. E use SEMPRE as formas de cortesia, bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado, com licença. E peça sempre desculpa se interromper alguma coisa ou conversa. Seja EDUCADO como gostaria que fossem para consigo.
  • EVITE LINGUAGEM, VESTUÁRIO E PENTEADOS «RADICAIS» se não quer ser associado a marginais. Ninguém o vai prender por isso mas também NINGUÉM lhe alugará um apartamento em condições.

2. TRANSPORTES

A rede de transportes públicos em Portugal vai surpreendê-lo pela qualidade, pontualidade e preço. Tanto os comboios, metro e autocarros são modernos, constantemente renovados e dispõem de ar condicionado e wi-fi.

Mas atenção: Se por qualquer motivo (tentativa de fraude ou distracção) for apanhado pela fiscalização sem bilhete válido, pagará uma multa igual a CEM VEZES o valor correspondente ao bilhete em questão.

Todas as redes de transporte têm ao dispor dos utentes passes mensais para os trajectos que lhes sejam usuais por preços muito reduzidos.

Consulte os sites respectivos:


Carris - Transportes Públicos Lisboa

www.carris.pt

www.metrolisboa.pt

www.cp.pt/passageiros/en




3. ELECTRICIDADE, ÁGUA, INTERNET, TELEFONE/TELEMÓVEL

Os valores abaixo indicados entendem-se para uma família de 3 pessoas residindo no Porto
  • Electricidade                     110€/mês
  • Água e saneamento             20€/cada 2 meses
  • 3 telemóveis                       70€/mês
  • Internet+TV+telefone fixo    40€/mês


4. OUTRAS DESPESAS

Na IVª Parte - Custo de vida em Portugal, já foram listadas outras despesas habituais, como


  • Supermercados
  • Automóveis
  • Artigos para o lar
  • Bricolage
  • Combustíveis.
Uma vez que já se falou de salário mínimo na IIIª Parte, já estamos habilitados a planear o nosso orçamento e ter ideia de como vamos conseguir viver ajustando as nossas despesas ao encaixe financeiro que vamos obter, como solteiros ou como casal.

Mas a sugestão continua a ser a mesma: embora duas pessoas consigam viver dignamente com dois salários mínimos, a verdade é que é muito recomendável procurar subir na carreira através da Formação Profissional (como já foi várias vezes referido) para alcançar uma situação confortável que permita uma vida sem sobressaltos e que valha a pena viver.


E ISSO É POSSÍVEL EM PORTUGAL!

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