IIIª Parte - Salário Mínimo
Vamos colocar os pontos nos ii?
Salários mínimos na União Europeia 2014/2015
Só quem é preguiçoso ou incompetente é que pensa em viver em termos de salário mínimo.
Até
porque nem em todos os países da União Europeia existe um salário mínimo (como se pode constatar no quadro).
O
salário MÍNIMO que existe em QUASE todos os países europeus, não é mais do que
uma GARANTIA de que os trabalhadores, eventualmente em dificuldades ou em
início de actividade, não são explorados por empresários sem escrúpulos.
Daí
também a exigência dos contratos de trabalho. Para SEGURANÇA DOS PRÓPRIOS
TRABALHADORES.
Mas
isso não é de modo algum limitativo. Se a pessoa merecer, trabalhar e se
valorizar profissionalmente, pode aspirar a salários MUITO mais elevados, assim
o mereça. E pode sempre procurar outra empresa onde seja remunerado com mais
justiça. De qualquer modo, na Europa o salário mínimo está ajustado ao custo de
vida de cada país de modo a permitir uma existência condigna.
Portugal
é o país da União Europeia (UE) com um salário mínimo mais próximo do salário
médio, embora esteja a meio da tabela em termos brutos, de acordo com dados
divulgados pelo Eurostat. Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, que
divulgou um levantamento dos salários mínimos em vigor desde 01 de Janeiro de
2017 em 22 Estados-membros da União - Dinamarca, Itália, Chipre, Áustria,
Finlândia e Suécia não o aplicam.
Ou seja, os trabalhadores, nestes países, não
beneficiam dessa garantia.
Portugal
encontra-se no 12.º lugar, com um salário de 650 euros (valor estimado pelo
Eurostat tendo em conta a existência dos 13.º e 14.º meses, subsídios de férias
e de Natal, já que o salário mínimo é actualmente de 557 euros mensais) ou
seja, um trabalhador em Portugal recebe 14 MESES POR ANO.
No entanto, aponta o
Eurostat, "o salário mínimo também pode ser medido em termos relativos, ou
seja, como proporção do salário mensal bruto médio", e entre os
Estados-membros para os quais há dados, apenas três países tinham em 2014 um
salário mínimo superior a 60% do salário médio bruto, designadamente Portugal
(64%), França e Eslovénia (ambas com 62%).
Com
a subida do salário mínimo de 530 para 557 euros a 01 de Janeiro passado,
Portugal encontra-se incluído no segundo grupo definido pelo Eurostat, com
valores entre os 500 e os 1.000 euros, juntamente com Grécia (684 euros), Malta
(736), Eslovénia (805) e Espanha (826). Ou seja, em termos de percentagem do
salário mensal bruto médio PORTUGAL TEM O SALÁRIO MÍNIMO MAIS ELEVADO DA UNIÃO
EUROPEIA.
Os
países com salários mínimos mais elevados são Luxemburgo (1.999 euros), Irlanda
(1.563), Holanda (1.552), Bélgica (1.532), Alemanha, (1.498), França (1.480) e
Reino Unido (1.397). Pelo lado oposto, os Estados-membros com salários mínimos
mais baixos são a Bulgária (235 euros), a Roménia (275 euros), e a Letónia e a
Lituânia (380 euros).
O
Eurostat nota que, expressos em termos de poder de compra (método que tem em
conta despesas de consumo final dos agregados familiares, para converter os
salários mínimos em euros numa unidade artificial) os salários mínimos
praticados não são tão díspares entre os Estados-membros, variando entre os 501
euros na Bulgária e os 1.659 euros no Luxemburgo, surgindo Portugal no 13.º lugar
entre os 22 Estados-membros com um valor de 793 euros.
Por fim, na análise à
evolução do valor dos salários mínimos na UE entre 2008 e 2017, o Eurostat nota
que apenas desceu num país, a Grécia (-14%), tendo aumentado em todos os
restantes, e em alguns casos para o dobro (Bulgária e Roménia, onde em 2008
eram respectivamente de 112 e 139 euros). Portugal registou um aumento de 31%,
entre os 497 euros de 2008 e os 650 euros de 2017 (com 13.º e 14.º mês).
Em
Portugal, no programa de Governo, está ainda previsto que o salário mínimo em
Portugal chegue, de forma faseada, aos 600 euros mensais - sem considerar os
subsídios - durante a presente legislatura (o que equivalerá a 700 euros
mensais).
Para
terminar, há que esclarecer como é estabelecido o salário mínimo. Não é feito
de forma arbitrária, bem pelo contrário.
Ele é estabelecido periodicamente
através de profundas negociações entre as entidades patronais e os sindicatos,
de modo a alcançar-se um valor que não seja incomportável para as empresas mas
que assegure um mínimo nível de vida digno para os trabalhadores, ajustado ao
custo de vida existente na altura. Note-se que este salário é destinado ao
nível mais básico do trabalhador e que, para além disso, existem os Contratos
Colectivos de Trabalho que regulam os vencimentos mínimos das diversas
categorias dos profissionais à medida que progridem na carreira.
Assim,
o SALÁRIO MÍNIMO é apenas o salário inicial que se destina a ser revisto à
medida que o trabalhador adquire mais competência e pode portanto desempenhar
tarefas mais qualificadas e melhor remuneradas.
Por
exemplo, o presidente da TAP, Fernando Pinto (brasileiro, gaúcho), teve um
rendimento anual bruto de 376.000 euros em 2014, depois de aplicados os cortes
na remuneração fixa que é de 420.000 euros, segundo o relatório e contas do
grupo.
E
isto não é como é evidente, o salário mínimo. Só que para subir na vida em
Portugal é preciso trabalhar e MERECER. Tal como em qualquer país civilizado do
mundo.
Para
progredir na carreira, existem os Centros de Formação, o IEFP, os Institutos
Politécnicos e, finalmente, as Universidades. Não faltam alternativas, o que
pode faltar é VONTADE DE APRENDER
Pode
acontecer que a empresa em que o trabalhador está não o recompense nem promova
apesar do esforço e do que vai lucrar com isso, pretendendo usufruir das
capacidades acrescidas sem dar nada em troca. Há muitos empresários sem
escrúpulos, infelizmente. Num caso desses, só resta ao trabalhador procurar uma
nova colocação. E aí acontece que, na hora em que ele se despede, o patrão
descobre que afinal não pode passar sem ele e oferece-lhe mundos e fundos. E
então o trabalhador tem que decidir se lhe interessa ou não continuar com o
mesmo patrão.
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