quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

TAP e CGD são filhos...



 

 

... todos os demais são enteados…


   

Alegrai-vos ó gentes, que continua a haver quem fuja às obrigações que o nosso Governo decreta serem PARA TODOS!   Há sempre alguns priveligiados que conseguem, por artes mágicas, descobrir uma escapatória de modos que sejam os «plebeus» a pagar os custos da crise de que eles são os beneficiários.  

Mas a «festa» não fica por aqui. Também o Metro de Lisboa quer entrar em greve alegando «má gestão» por parte da respectiva Administração.  

Numa coisa eles têm razão: há de facto uma má, uma péssima gestão de uma administração que deveria ter mão de ferro para pôr cobro aos desvarios de uma comandita remunerada principescamente e que não tem o menor pudor em prejudicar, tanto quem trabalha, como a economia do País.  

Alguma dúvida? Vejam-se as nossas crónicas...
... e face a isto digam-me se os imbecis não têm razão? Claro que têm, a Administração é incompetente, faz uma gestão vergonhosa à custa de todos nós.

Mas a priveligiar escandalosamente esses desavergonhados.

E de quem é a culpa, ao fim e ao cabo?

Na CGD e na TAP é de todos nós que somos incapazes de fazer ouvir a nossa voz e que, pela nossa abstenção às urnas eleitorais, permitimos que sejam sempre os mesmos barões a ocupar as cadeiras de São Bento. Ora uns, ora outros, mas sempre farinha do mesmo saco.

No caso do Metro de Lisboa, além de todos nós, pelos motivos apontados, também os «alfacinhas» que não têm pelo na venta para pôr cobro aos desmandos desses desmiolados.

Pobre Portugal que te deixaste arrastar para esta pasmaceira pantanosa!

Hoje é o dia 31 de Janeiro! Esta data diz-vos alguma coisa?

Fiquem bem. Até amanhã!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Os direitos dos pensionistas...


 

Portugal:

um Estado de direito?

uma «pessoa de bem»?

Por se revestir de pungente actualidade e se tratar de uma flagrante injustiça, tanto para os pensionistas e reformados actuais como para aqueles que um dia o hão-de ser, transcrevo uma carta recebida, cujo signatário se identifica no final.

(quote)

Estimados Amigos,

Como os jornais não publicam as cartas que lhes remeto e preciso de desabafar, recorro aos meus correspondentes "Internéticos", todos os amigos que constam da minha lista de endereços. Ainda que alguns não liguem ao que escrevo.

Não sei a que se refere o Senhor Primeiro-Ministro quando afirma ser a penalização fiscal dos pensionistas resultante de todos aqueles que, em Portugal, "descontaram para ter reformas, mas não para terem estas
reformas".

Pela fala do Senhor Primeiro-Ministro fica-se a saber da existência de pensões de aposentadoria que estão acima daquilo que resultaria da correcta aplicação do Cálculo Actuarial aos descontos que fizeram.

Sendo assim - e não há razões para admitir que o Senhor Primeiro-Ministro não sabe o que diz - estamos perante situações de corrupção. Porque o Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações só podem atribuir pensões que resultem da estrita aplicação daqueles princípios actuariais aos descontos feitos por cada cidadão, em conformidade com as normas legais.

Portanto, o Estado tem condições de identificar cada uma dessas situações e de sancioná-las, em conformidade com a legislação de um Estado de Direito, como tem de sancionar os agentes prevaricadores, que atribuíram pensões excessivas.

Mas, é completamente diferente a situação face aos cidadãos que celebraram contratos com o Estado. Esse contrato consistia em que, ano após ano, e por catorze vezes em cada ano, o cidadão entregava ao Estado uma quota das suas poupanças, para que o mesmo Estado, ao fim dos quarenta anos de desconto lhe devolvesse essa massa de poupança em parcelas mensais, havendo dois meses em que era a dobrar, como acontecera com os descontos.

E tem de ser assim durante o tempo em que o cidadão estiver vivo e, em parte mais reduzida, mas tirada, ainda, da mesma massa de poupança individual, enquanto houver cônjuge sobrevivo.

E esta pensão tem o valor que o Estado, em determinado momento, comunicou ao cidadão que passava a receber. Não tem o valor que o cidadão tivesse querido atribuir-lhe.

Portanto, o Estado Português, pessoa de bem, que sempre foi tido como modelo de virtudes, exemplar no comportamento, tem de continuar a honrar esse estatuto.

Para agradar a quem quer que seja que lhe emprestou dinheiro para fazer despesas faraónicas, que permitiram fazer inumeráveis fortunas e deram aos políticos que assim se comportaram votos que os aconchegaram no poder, o Estado Português não pode deixar de honrar os compromissos assumidos com esses cidadãos que, na mais completa confiança, lhe confiaram as suas poupanças e orientaram a sua vida para viver com a pensão que o Estado calculou ser a devida.

As pensões que correspondem aos descontos que cada qual fez durante a vida activa nunca poderão ser consideradas excessivas. Esses Pensionistas têm de merecer o maior respeito do Estado. Têm as pensões que podem ter, não aquelas que resultariam do seu arbítrio.

E é este o raciocínio de pessoas honestas. Esperam que o Estado sempre lhes entregue aquilo que corresponde à pensão que em determinado momento esse mesmo Estado, sem ser coagido, lhes comunicou passariam a receber na sua nova condição de desligados do serviço activo. Ou seja a partir do momento em que era suposto não mais poderem angariar outro meio de sustento que não fosse a devolução, em fatias mensais, do que haviam confiado ao Estado para esse efeito.

Os prevaricadores têm de ser punidos, onde quer que se situem todos quantos permitiram que, quem quer que seja, auferisse pensão desproporcionada aos descontos feitos, ou mesmo, quem sabe, sem descontos. Sem esquecer, claro está, os beneficiários da falcatrua.

Mas, é impensável num Estado de Direito que, a pretexto dessas situações de extrema irregularidade, vão ser atingidos, a eito, todos aqueles que, do que tiraram do seu bolso durante a vida activa, recebem do Estado a pensão que esse mesmo Estado declarou ser-lhes devida.

Como é inadmissível que políticos a receberem ordenado de função, acrescido de benesses de vária ordem proporcionadas por essa mesma função, considerem que pensões obtidas regularmente, com valores mensais da ordem de 1.350 Euros proporcionam vida de luxo que tem de ser tributada, extraordinariamente.

António Alves Caetano

(unquote)

Esta carta é suficientemente eloquente e é uma bofetada sem mão em toda a cáfila de despudorados oportunistas que, sob os mais ignóbeis artifícios e manobras de bastidores, vieram tirar o pão da boca de quem descontou honradamente durante uma vida de trabalho para ter uma velhice minimamente tranquila apoiada naquilo que entregou regularmente ao Estado confiando que, em democracia, ele continuaria a ser, nesse aspecto, a pessoa de bem que sempre foi durante os tempos que precederam o 25 de Abril.

Pessoalmente, e porque como reformado me identifico com a situação descrita, subscrevo na íntegra cada uma das palavras da carta supra, instando o Governo (se se considera honesto e pessoa de bem) a tomar as devidas providências para detectar os abusos e desvios havidos dos descontos efectuados, punir exemplarmente os prevaricadores e fazer regressar aos cofres do Estado as verbas indevidamente distribuídas.

Claro que lhes dou sempre a alternativa de decidirem que, afinal, os governantes não são pessoas de bem...

Fiquem bem. Até amanhã!



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Será mesmo o fim...





... das ligações aéreas regionais?


Todos sabemos que o nosso país é pequeno.  Mas será sensato torná-la ainda mais exíguo limitando-o à faixa das provincias litorais desde o Minho ao Algarve? Sobretudo sendo, como é no Norte e Centro, recortado por cadeias de montanhas.

O fim recente da última ligação regional que ainda sobrevivia (Lisboa-Bragança) vem lançar ainda mais dúvidas sobre a sensatez de quem se senta nos arredores do Terreiro do Paço e que tem uma visão míope (para não dizer vesga) das realidades do Portugal que se não vislumbra do topo da torre Vasco da Gama.

Trás-os-Montes não tem comboios para além dos poucos quilómetros do Metro de Mirandela. Depois que encerraram as linhas de via reduzida (como já aqui foi comentado) parece que já não é Portugal.

Fizeram-se auto-estradas mas o túnel do Marão (peça chave da A4) continua inacabado.

E viajar de Chaves, Bragança ou Vila Real até Lisboa para tratar de negócios ou de afazeres oficiais é gastar dois ou mais dias de uma viagem que se poderia resolver em um dia de trabalho.

E o mesmo se poderia dizer da Guarda ou Covilhã, pois, muito embora a Beira Interior disponha de comboios Intercidades e auto-estradas, as deslocações à capital demoram horas infindas se quisermos respeitar (como é da mais elementar prudência) os limites de velocidade.

Nos tempos da TAP-Regional, na década de 70, salvo erro, todas aquelas cidades tinham ligações aéreas regulares a Lisboa com aviões de 5 ou de 9 lugares (Beechcraft Baron e DHC - Twin_Otter). Hoje estamos pior do que há 40 anos atrás.

Sabemos que estamos em crise e com os dinheiros contados. Mas há que ter sensatez naquilo que se anda a fazer e manter linhas aéreas regionais fica bem mais em conta do que construir auto-estradas... para não falar na loucura dos TGV. Veja-se o exemplo da Suíça, país muito menor que Portugal em extensão territorial (41.285 contra 92.090 Km2).

E ocorre perguntar:

A Suíça investe nestes meios de coesão territorial porque é rica ou é rica porque investe nestes meios de coesão territorial?

Pensem nisso. O interior profundo precisa de ser e de se sentir Portugal.

Até amanhã!


Fotografia: Aero Vip

P.S. Devido a um problema de software, hoje não é possível enviar a habitual divulgação por correio electrónico. Espera-se que esse problema seja ultrapassado nas próximas horas. Do facto se apresentam as mais sentidas desculpas. Muito obrigado pela vossa compreensão.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Voaram 1715 milhões de euros...


Imagem: Voz do Acre (BR)


 

 

... em Certificados de Aforro!




O Estado ficou sem 1715 milhões de euros em Certificados de Aforro ao longo de 2012, cerca de 4,6 milhões por dia.

A crise económica e a fraca remuneração terão levado os portugueses a desmobilizar as poupanças. De acordo com o Boletim Mensal do IGCP, o instituto que gere a dívida pública portuguesa, a 31 de Dezembro de 2011, os portugueses tinham aplicados 11 384 milhões de euros em Certificados, um valor que caiu para os 9669 milhões no final do ano passado (-1715 milhões de euros).

Ler mais: Correio da Manhã (edição impressa) de Sábado, 26 de Janeiro de 2013

O Governo não deixa de nos surpreender pela incompetência! Faz uma festa de arromba por ter conseguido colocar títulos de dívida pública no estrangeiro a uns 6% e não consegue reter as poupanças dos Portugueses porque as remunera a menos de 3,3 %.

Segundo se pode ler na edição de 26 de Janeiro do Expresso:

Os portugueses chegaram a ter mais de 18 mil milhões de euros aplicados nos certificados de aforro, no início de 2008. Em novembro do ano passado já só tinham 9.667 milhões.
 
Senhor Primeiro-Ministro, senhor Ministro das Finanças, podem vosselências informar-me porque favorecem a alta finança internacional em detrimento da poupança dos Portugueses?

Acham que os Portugueses não corresponderiam se lhes colocassem ao dispor Certificados de Aforro a 5 ou 6% ao ano? Dinheiro NOSSO?

A não ser que a vossa intenção seja proteger a Banca nacional de uma corrida aos depósitos que detêm, remunerados miseravelmente a valores irrisórios ou nulos como nos depósitos à ordem.

A verdade, Senhorias, é que, perante uma acção vossa nesse sentido, os banqueiros portugueses ver-se-iam obrigados a alargar os cordões das suas (recheadas) bolsas e remunerar mais significamente quem neles coloca as suas poupanças.

E isso seria altamente lesivo dos opulentos rendimentos da aristocracia bancária, não é verdade?

Além de que as respectivas acções sofreriam uma quebra em bolsa... e isso iria desagradar a muita gente detentora dessas acções.

Pois é, Doutor Passos Coelho, mais um tiro no pé, igual aos muitos que já deu.

O curioso é que, já em Janeiro de 2010, o então Ministro das Finanças Teixeira dos Santos tivesse anunciado que estava a ser preparada uma emissão de Obrigações do Tesouro (OT) para particulares. Operação que afinal não chegou a concretizar-se.

Razões? Desconhecem-se, mas na mesma notícia (Diário Económico de 27-Jan-2010) se dizia que:

«As emissões de Obrigações do Tesouro são, normalmente, operações dirigidas a investidores institucionais, ou seja, estão blindadas aos particulares. »

Não custa a crer que os ditos «investidores institucionais» tenham manifestado ao Governo o seu desagrado pela hipótese de ser permitido aos particulares o acesso a algo que, até então, era terreno considerado exclusivo seu.

Quer que lhe diga mais, Senhor Primeiro-Ministro? O senhor pode ter legitimidade para governar, mas quem o elegeu não sabia o que andava a fazer.

Mas também não admira.

Desde 1974 que os sucessivos governos não têm feito mais do que embrutecer o Povo à custa da degradação do Ensino...!

Fiquem bem. Até amanhã!



domingo, 27 de janeiro de 2013

Consumismo...

Vamos ganhar juízo?

Estamos em fim-de-semana e, portanto, em ocasião para uma crónica mais substancial e mais digna de uma reflexão aprofundada.

Realizou-se há tempos a conferência Rio+20 (A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - CNUDS), que reuniu Chefes de Estado e Governo de 190 países e latitudes.

Nessa conferência assumiu particular relevância o discurso do Presidente da República do Uruguai, Sr. José Mujica que vos convidamos a visionar e a reflectir sobre ela antes de prosseguirmos:




Embora a CNUDS não tivesse especificamente como alvo o nosso país, a verdade é que aquilo que o Sr. José Mujica disse pode ser entendido como um retrato daquilo que sucedeu em Portugal e nos conduziu à crise que actualmente vivemos.

Com efeito, vivemos actualmente numa época de consumismo desenfreado em que cada qual almeja possuir e exibir bens materiais acima das suas possibilidades, numa ânsia mais de impressionar os vizinhos do que por real necessidade pessoal.

E, para isso, muitos não hesitam em mergulhar numa espiral de dívidas que se vão acumulando até atingirem proporções insustentáveis.

O número crescente de famílias sobreendividadas que já não conseguem satisfazer os seus compromissos é disso testemunho eloquente.

A responsabilidade maior desse estado de coisas é, sem dúvida, da imprudência dessas próprias famílias que, por preguiça, negligência ou cegueira, não tiveram o cuidado de se informarem devidamente dos riscos e das consequências de assumirem responsabilidades acima das suas posses e de não acautelarem os respectivos futuros.

Mas também não pode, de modo algum, ser negligenciada a responsabilidade da Banca e das instituições de crédito que, na ânsia gananciosa do lucro, não hesitaram em conceder créditos exagerados a quem não tinha meios de os honrar a médio ou longo prazo. Tudo foram facilidades, encandeando os incautos e escamoteando os riscos numa competição encarniçada pela maior fatia do mercado. E foi o que se está a ver.

Por isso, o caminho que nos resta, a todos, estejamos endividados ou não, para equilibrarmos as nossas vidas e acautelarmos o futuro, (independentemente daquilo que o Governo nos obriga a fazer), é procurarmos fazer um esforço sério para sobrevivermos com o mínimo indispensável, privarmo-nos de luxos supérfluos e irmos amealhando o que nos sobra para acudir a uma aflição em tempos difíceis. Porque a ajuda com que contávamos dos organismos oficiais... já era ou está a caminho disso!

E exigirmos aos nossos governantes a mesma contenção a que voluntáriamente nos obrigamos já que eles, por si sós, são incapazes de se privar de ostentações e de uma vida de luxos e privilégios.

Vamos a isso? Até amanhã!



P.S. Nota sobre José Mujica

Mujica é casado com Lucía Topolansky, sua companheira há quase 40 anos. Mujica recebe 12.500 dólares mensais pelo seu trabalho à frente do país, mas doa 90% do seu salário para ONGs e pessoas necessitadas. O seu carro é um VW Carocha. Mora na sua pequena fazenda nos arredores de Montevideu e para ele o restante que sobra do seu salário (cerca de 970 €) é o suficiente para se manter.

“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com bem menos”, diz o presidente.
(Fonte: Wikipedia)

(igualzinho ao que se passa entre nós!)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Liderança e austeridade


Abraham Lincoln





“Praticamente todo o ser humano
consegue suportar a adversidade,
mas se quisermos testar o seu
carácter é darmos-lhe poder”



Vivemos actualmente numa época de crise. Uma época conturbada que exige uma liderança competente e uma chefia forte.

Dito de outro modo, necessita-se de


«Uma luva de veludo sobre uma manopla de aço»


Será que o nosso Governo está a saber lidar com a situação?

Para darmos pistas para chegarmos a conclusões, vejamos algo do que se diz a respeito do exercício do Poder.

Comecemos por referir que habitualmente distinguem-se cinco tipos principais de poder

  • poder legítimo
  • poder informacional ou pericial
  • poder carismático ou de referência
  • poder coercivo
  • poder premiador ou de reforço

Vamos recordar o que se entende por cada um deles:


1) PODER LEGÍTIMO

Fundamenta-se na organização ou na cultura, na medida em que, uma ou outra, por normativo estatutário ou por assentimento social, reconhecem a legitimidade do poder.

As organizações definem funções sociais e estabelecem uma hierarquia de exercício de poder institucionalizando a dicotomia da autoridade. Formam-se assim "grupos de dominação" e "grupos de sujeição",

Os indivíduos que estão situados nos níveis mais baixos reconhecem e aceitam o poder e influência dos que estão regularmente investidos em cargos. É importante notar que:

Quanto mais hierarquizada estiver uma organização, mais o poder está ligado ao CARGO e não à pessoa.

Por exemplo, o juiz tem o poder de aplicar penas e o presidente da câmara o poder de adjudicar obras, independentemente do titular que exerce o cargo. O cargo em si dispõe de um conteúdo próprio de poder bem definido.

O possuidor do poder legítimo não tem de explicar a razão porque deseja um determinado tipo de actuação.
A pessoa com poder legítimo tem influência, não porque diga as coisas certas, mas porque tem o direito de o exercer.

No entanto, o exercício da legitimidade acaba por depender sempre da sua aceitação pelos indivíduos, pela sociedade, pelos grupos de influência ou pela cultura dominante. Se se criar uma distância acentuada entre o titular e o contexto, podem ocorrer reacções que adiante estudaremos.


2) PODER PERICIAL

Fundamenta a sua autoridade no saber, na especialização ou na experiência,

Assume particular importância nos sectores da economia, da indústria ou nos pontos fundamentais que controlam os fluxos relacionais ou os circuitos administrativos. O indivíduo é encarado pelo grupo e pelo poder legítimo como "o perito", ou "aquele que sabe" e portanto "aquele sem cuja opinião se não pode decidir".
Nas organizações complexas ou de elevada tecnologia, o poder pericial tende a ganhar proeminência. É comum em muitas empresas que o alto especialista aufira salários mais elevados do que o próprio poder legítimo já que a importância do poder que exerce cresce na razão directa da complexificação social ou organizacional.

Numa reunião de vários tipos de poder, o especialista pode ser aquele que centralize mais poder, pelo facto de ser o único que dispõe de conhecimentos/informação necessária sobre o funcionamento e potencialidades da matéria objecto da decisão. Ele torna-se a mola real da estratégia da organização.

No entanto esta forma de poder caracteriza-se por uma grande volatilidade. De facto, uma vez a informação prestada o poder desaparece pelo que é indispensável a quem o exerce uma continuada pesquisa de informação de modo a manter a sua imprescindibilidade como perito. É o caso da constante evolução tecnológica que torna obsoletos, cada vez com maior rapidez os conhecimentos adquiridos.


3) PODER CARISMÁTICO

O poder carismático é determinado por um conjunto de qualidades de que são portadores (ou se acredita que são portadores) determinados líderes.

Conduz a uma admiração e adesão dos seguidores, que consideram essas qualidades como "mágicas" ou "sobre-humanas". O carisma manifesta-se por uma atracção motivante, que desencadeia uma atitude de identificação relativamente ao líder, tomado como referência.

Uma das grandes vantagens deste tipo de poder é de não requerer vigilância para ser eficaz. As pessoas desejam assemelhar-se ao modelo e estão auto motivadas para seguirem o comportamento deste.

O poder carismático pode ter ou não ter a ver com o poder legítimo. Homens que marcaram uma época como Ghandi ou Martin Luther King nunca exerceram qualquer cargo na hierarquia do estado; no entanto dispuseram de poder em tão larga escala que as suas orientações tiveram adesão generalizada e estiveram na origem de profundas transformações sociais.

Uma chefia legítima que consiga uma liderança carismática sobre os seus subordinados consegue galvanizar a sua equipa e levá-la a alcançar resultados considerados impossíveis.


4) PODER COERCIVO

O poder coercivo assume duas vertentes:

A faculdade de poder forçar a execução e dispor dos meios para o efeito

A faculdade de poder aplicar punições

Nas organizações o poder coercivo manifesta-se na aplicação dos regulamentos e, em último caso, no despedimento.

Note-se todavia que:

O PODER COERCIVO NUNCA É ABSOLUTO

De facto, a sociedade que aceita e regulamenta a existência da punição reage quando o poder coercivo ultrapassa determinados níveis sociológicos de tolerabilidade.

No entanto, essa mesma sociedade sente a necessidade do poder coercivo já que a simples convicção dos princípios não é suficiente para que as regras sejam cumpridas.

Na prática, se não existe possibilidade de punição, não existe o cumprimento das regras aceites. A própria sociedade estabelece o equilíbrio entre o "nível de intolerabilidade" e o "nível de indispensabilidade"
 


Um exemplo concreto dos nossos dias terá sido a actuação das forças policiais em algumas situações recentes.

Conquanto a necessidade de existência das forças de segurança não possa ser posta em causa, o exagero da sua actuação em certas circunstâncias pode provocar a revolta dos indivíduos atingidos e da própria sociedade.


5) PODER PREMIADOR OU DE REFORÇO

O poder premiador ou de reforço deriva da capacidade o líder em recompensar o trabalho do indivíduo ou satisfazer as suas aspirações e expectativas. Nas organizações está frequentemente associado ao poder legítimo já que é este que decide sobre salários, evolução nas carreiras e benefícios extra.

Está muitas vezes ligado à posição-chave desempenhada num circuito de produção ou num fluxo de trabalho. Em igualdade de circunstâncias pode satisfazer-se mais depressa um pedido do que outro.

Na utilização deste tipo de poder, é indispensável conhecer as motivações dos subordinados já que as suas escalas de valores podem ser diferentes e o prémio motivador para um pode ser absolutamente indiferente para outro.

E não esquecer NUNCA que o dinheiro é um mau motivador já que a sua motivação se esgota no pouco tempo em que as pessoas se habituam ao novo nível remuneracional.

Por outro lado, a utilização de reforços não conduz à interiorização de atitudes pelo que a modificação de comportamento só terá lugar enquanto existirem reforços para serem distribuídos.


O exercício da autoridade

Conforme a forma em que se fundamenta a autoridade, podemos distinguir três tipos de chefia, que se indicam no esquema seguinte:



O Chefe

Exerce a sua autoridade com base na chamada autoridade tradicional (poder coercivo, poder legítimo e poder premiador). É o protótipo do chefe tradicional, paternalista, do “patrão”.

Convém dizer que em si, a autoridade tradicional não é má. Na realidade é a base sobre a qual assentam os outros dois tipos, esses sim, exclusivos entre si. Sê-lo-á se for o único sustentáculo da autoridade de uma chefia. Por esse motivo deverá ser guardada de reserva e só devemos recorrer a ela quando não houver outra hipótese.

Nessas circunstâncias, seguindo o esquema, devemos começar a utilizá-la de cima para baixo, ou seja, devemos começar por utilizar o poder premiador, seguidamente o legítimo e, só em último caso, o coercivo


O Gestor

Exerce a sua autoridade com base na experiência e no conhecimento, ou seja, no poder informacional ou pericial.

Dado que a sua autoridade se fundamente no facto de saber mais do que os seus subordinados, o gestor é extremamente cauteloso na forma como os treina. Em caso algum partilha os segmentos mais significativos dos seus conhecimentos, já que é a própria essência da sua autoridade que ficaria exposta. Se alguma vez o faz, isso significa que, entretanto já adquiriu novos conhecimentos que sustentam a sua posição de chefia.

Dada a base de sustentação da sua autoridade estar no poder do conhecimento, o Gestor procura incessantemente adquirir novos conhecimentos a fim de não ser ultrapassado pelos seus colaboradores.


O Líder

Exerce a sua autoridade com base no carisma pessoal, no estímulo e na motivação. Procura incessantemente colaboradores que o libertem do seu trabalho rotineiro, lançando-se para desafios de criatividade cada vez mais elevados.

Tem a preocupação constante de incentivar o desenvolvimento pessoal e a formação dos seus colaboradores, assumindo um papel marcado de generalista, coordenador e incentivador da sua equipa.

Postas estas considerações sobre o Poder e o seu exercício, alguém conseguirá classificar o tipo de poder exercido pelo nosso Governo?

Que tem poder legítimo, não haverá qualquer dúvida. Venceu as Eleições Legislativas, tem maioria absoluta na Assembleia da República, esse poder não pode legalmente ser contestado.

No entanto, como vimos acima, no caso de deficiente uso do poder, ele pode deixar de ser aceite pelos indivíduos a ele subordinados. E este é um risco sempre presente e que já sentimos nas contestações dos últimos tempos, em particular na de 15 de Setembro.

Também podemos constatar que o Governo utiliza o poder coercivo. Mas, como vimos, este poder não é absoluto e oscila entre dois níveis. E, neste momento, com as medidas de austeridade tomadas sem sensibilidade, aproxima-se perigosamente do nível de intolerabilidade.

Poder premiador, não se vislumbra. A não ser que esteja a ser reservado e utilizado para os apaniguados do aparelho do Estado, os «boys» e «girls» que sempre esvoaçam em redor de quem tem poder como moscas em volta de um pedaço de mel. Mas nada que atinja ou beneficie o eleitorado.

Poder pericial! Alguém tem reconhecido competência inatacável na (inexistente) linha de rumo de um governo que anda ao sabor das marés?

Quanto a poder carismático, não vale perder tempo a falar. Tem mais carisma o treinador do Benfica ou o Presidente do FCPorto do que qualquer dos membros do governo...

Sintomas de recuperação (externa) vão aparecendo alguns. Mas fica a dúvida se serão por mérito de quem nos orienta ou dos talentos impostos pela «detestada» e omnipresente «troika».

E quando se assiste à emigração diária dos nossos licenciados, a nata da nossa sociedade, rumo a países mais desenvolvidos, ou à fuga das nossas empresas do Norte para a vizinha Galiza, pergunta-se que loucura se apoderou dos nossos governantes para deixarem fugir aquilo que nos poderia reerguer...


Para onde nos está a levar, senhor Primeiro-Ministro?


Ou, para si e para os demais políticos amadores deste país, não passamos de gado que se conduz às cegas para o matadouro?

Fiquem bem. Até amanhã




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A «legitimidade» de Carrilho!





«A legitimidade perdida do Governo»



Sob este título, Manuel Maria Carrilho escreve uma extensa crónica que pode ser consultada em:

http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3011550&seccao=Manuel


Bem, para podermos dar uma resposta adequada a tão distinto e insuspeito político, fomos fazer uma pequena pesquisa. Comecemos pelo conceito de «legitimidade».

Segundo a Wikipedia:

Legitimidade é um termo utilizado em Teoria Geral do Direito, em Ciência Política e em Filosofia Política que define a qualidade de uma norma (em Teoria Geral do Direito) ou de um governo (Teoria Geral do Estado) ser conforme a um mandato legal, à Justiça, à Razão ou a qualquer outro mandato ético-legal. Em outras palavras, a legitimidade é o critério utilizado para se verificar se determinada norma se adequa ao sistema jurídico ao qual se alega que esta faz parte.

Em Ciência Política é o conceito com o qual se julga a capacidade de um determinado poder para conseguir obediência sem necessidade de recorrer à coerção, que supõe a ameaça da força, de tal forma que um Estado é legítimo se existe um consenso entre os membros da comunidade política para aceitar a autoridade vigente.

Perante isto, goste-se ou não se goste do que o governo de Passos Coelho tem vindo a fazer, a realidade é que, segundo a lei (a mesma que elegeu Mário Soares, António Guterres e José Sócrates) ele tem plena legitimidade para governar. Faça as tolices que fizer.

Tal como as fizeram esses augustos senhores...

Até porque, quando tomou posse, não conheceria a dimensão do abismo em que o pseudo-engenheiro Sócrates mergulhou as finanças nacionais antes de fugir para Paris. Onde vive à tripa-forra com os dinheiros que «amealhou».

No entanto, se considerássemos como «lei» as confabulações do Prof. Carrilho no seu artigo, que legitimidade teriam as personalidades do PS acima citadas para fazer o que fizeram quando desgovernaram este país?

Posto isto,


Vá lá, Professor Carrilho,
Não crie nenhum sarilho
Com a sua opinião.
Que Portugal não esquece
Os desmandos do PS
No governo da Nação!



O ouro que foi aos ares
Nos governos de Soares
Contou-se por toneladas.
E os milhões que voaram
Nas PPP que criaram
A fazer auto-estradas?



Estamos de cinto apertado
Cada vez mais um bocado
A tirar às nossas bocas
Que os políticos da treta
Sempre à procura da teta
Só tomam medidas loucas…!


(Zé Pitosga)  

Vamos lá, Professor, todos nós sabemos com que ansiedade, com que avidez, com que impaciência os boys e girls do PS desejam voltar a ocupar os pingues postos no aparelho do Estado e que agora estão nas mãos do PSD e do CDS. 

É certo ainda não fizeram nada que se visse para corrigir os desatinos e despesas sumptuárias feitas pelos vossos correlegionários. Mas de que, a seu tempo terão de prestar contas a Portugal.

Por isso, permita um conselho de um cidadão vacinado e revacinado pela «democracia» que nos têm andado a vender:

Retire-se para a sua vida particular, para a sua família e esqueça os ouropéis da política pelos tempos mais chegados. Por muitas saudades que tenha dos seus luxos, prestígio e privilégios...

Porque o PS ainda tem um longo caminho a percorrer para reconquistar a confiança do eleitorado. E o PSD está a seguir pelo mesmo caminho.

Parece que o lema da nossa classe política é o mesmo de Luis XV de França: 


«Après moi, le déluge!»


Que chegue a tempo de serem apanhados por ele...

Pensem nisso. Até amanhã!


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Não vai a bem...


Imagem: osarrafo.com.br



 

 

... vai a mal


Governo decreta caça à multa


O Governo decretou caça à multa. A "ordem política" foi ontem assumida pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

"Não tenho problema nenhum em assumir que houve ordem política para aumentar as acções de fiscalização rodoviária", disse o governante ...
Ler mais: http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=846AD5B9-9151-41EA-BB08-D72A6DC7141D&channelID=00000021-0000-0000-0000-000000000021
 
Muito bem, Dr. Miguel Macedo, já era tempo de colocar um travão nos desvarios de muita gente que se lança por essas auto-estradas fora e na ponte Vasco da Gama em correrias loucas colocando em risco a vida de muita gente que não se identifica com essas loucuras.

Mas... permita-me uma pergunta:

  • Essa medida também vai ser aplicada a governantes e ex-governantes, Presidentes e ex-Presidentes, parlamentares e ex-parlamentares, etc (e o senhor sabe a quem me refiro) que pensam constituir uma classe àparte acima dos ditames da lei?

E, já agora:

  • Essa medida vai também ser aplicada ao estacionamento nos locais onde o desgraçado (e sobrecarregado) automobilista não consegue vislumbrar uma nesga onde enfiar o carro?

Porque as coimas fazem sentido quando o prevaricador dispõe de uma alternativa que lhe permite executar as tarefas que tem de fazer. Caso contrário estamos a

... confundir Legalidade com Justiça!

E, como advogado que é, o senhor sabe bem que, neste país há inúmeras Leis que são tudo menos justas.

Porque...

...«legalidade» e «justiça» não são a mesma coisa!


Consultando  http://www.lexico.pt:

Significado de Legalidade
subst. f.: carácter do que é legal: respeitar a legalidade
Sinónimos: Legitimidade e validade
 
Significado de Justiça
subst. f.: respeito pelos direitos: proceder com justiça
Sinónimos: Equidade e isenção
 
Vamos pensar nisso? E noutras leis e procedimentos que não são (nada) justos?


Até amanhã! 




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

«Os Verdes» querem requalificar...

...as linhas do Douro e Tâmega!


O partido ecologista "Os Verdes" (PEV) quer que o Governo requalifique as linhas do Douro e do Tâmega por considerar que, num momento de crise económica e ambiental, o transporte ferroviário é estratégico.

Ler mais http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3004144


Embora surpreendente por vir de um Partido que, directa ou indirectamente, conduziu as nossas ferrovias ao calamitoso estado financeiro em que estão, fruto das greves, reivindicações e regalias de uma aristocracia operária sem um pingo de vergonha na cara, a verdade é que, neste ponto, pensamos que têm razão.

E as boas ideias devem ser aproveitadas, venham de onde vierem.

No entanto a proposta do PEV devia ter ido mais longe, propondo a revitalização das linhas do Corgo, do Tua (agora ameaçada pela barragem da EDP) e do Vale do Vouga.

E, já agora, a extensão à Trofa da linha C do Metro do Porto. Já que a linha férrea foi removida para a construção do Metro. Que nunca mais foi executada.

Estamos de acordo que a aniquilação de tantos quilómetros de linha de via reduzida foi, no mínimo, criminoso e oportunista, lançando as populações nos braços ávidos dos agiotas da camionagem que, livres da concorrência da CP, fizeram os preços disparar. Quem lucrou com esta dádiva? Ainda está por apurar a extensão das responsabilidades do poder político.

Bom, mas deixemos estas análises e vamos ao que interessa, ou seja, aos aspectos meritórios da proposta d'«Os Verdes».

Como é do conhecimento de muitos, as linhas férreas de via reduzida foram utilizadas em percursos difíceis, de montanha, de sinuosidades acentuadas e que, por consequência, atravessavam, na generalidade, paisagens de grande beleza. Não permitiam grandes velocidades, eram em muitos casos comboios do estilo «far-west», mas eram uma ternura. E eram de grande utilidade para as populações perdidas nesses ermos.

Em tempos que já lá vão, quando ainda era estudante, tive oportunidade de percorrer algumas dessas linhas (infelizmente não todas) e dessas viagens conservo agradáveis recordações. Das linhas acima citadas a única que não percorri foi a do Corgo (mas que minha esposa utilizou diversas vezes. Em compensação percorri a linha do Sabor algumas vezes em grande parte da sua extensão (desde o Pocinho até Urrós).

Pois bem, ao contrário de nós, que permitimos o assalto e devastação desse património ferroviário, aqui na vizinha Espanha e, particularmente no País Basco, não só conservaram essas relíquias mas também as aperfeiçoaram ao serviço das populações locais e, sobretudo, do Turismo!

E hoje em dia é possível fazer percursos deliciosos em modernas carruagens dotadas de todo o conforto que fazem o encanto dos muitos turistas estrangeiros que por lá vagabundeiam. Além de servirem as populações locais.

E nós? A proposta d'«Os Verdes», se for nesse sentido, é muito válida. Mas, depois de tantos disparates progressistas e revolucionários, com a nossa CP pelas ruas da amargura entregue à cupidez generalizada dos seus administradores, quadros e funcionários, será que estamos em posição de lhe dar seguimento? Mesmo depois de passar a crise?

Seria conveniente fazer essa pergunta ao PCP e à Intersindical...

Pensem nisso. Até amanhã!



P.S. Em complemento desta crónica sugere-se a leitura de quatro anteriores: 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Prevaricar compensa...


Mais de 50 mil penhoras extinguem-se até Março


A partir de 26 de Fevereiro a execução de dívidas anteriores a 15 de Setembro de 2003 deixa de ser possível, desde que até lá não tenham sido encontrados bens penhoráveis dos devedores.

A 31 de dezembro de 2011 existiam mais de 1,2 milhões de acções executivas pendentes nos tribunais.

Ler mais na versão e-paper ou na edição impressa 
 
Pois é, prevaricar, neste país, compensa. É o reflexo das «protectoras» leis que os nossos digníssimos (e dispendiosíssimos) deputados congeminaram sabe-se lá para proteger que interesses.

Só é preciso ter paciência para aguardar uns anitos, colocar os bens onde eles não possam ser tocados e ir serpenteando através dos buracos legais com a ajuda preciosa (e cara) de advogados de alto coturno para nos safarmos de problemas...

E, no fim, abrem-se umas garrafas de champanhe Dom Perignon, caviar Beluga e tantas outras preciosidades gastronómicas para celebrar mais uma vitória da vigarice sobre os tolos que se deixaram esfolar...

E, se for preciso, largam-se umas notas de 500 € nas mãos adequadas para que os processos se arrastem até à prescrição...

Tudo bons rapazes... uns para com os outros!

Claro que estas artimanhas não estão ao alcance do comum dos mortais que tem a prestação da casa ou do carrito para pagar, que tem os filhos a estudar ou que ainda vai confiando as suas parcas poupanças à banca.

Para ter acesso a estas facilidades legais, há que se estar entrosado nos meios adequados e dispor de verbas faraónicas e bens obscenos a proteger.

Resta saber que lucros ou recompensas tiveram aqueles que conceberam e aprovaram as leis que permitem todas estas falcatruas ficando-se impune.

Mas isso... está no segredo dos «deuses» e fechado a sete chaves...

Não pensem nestas coisas, rapazes. Encolham a cabeça entre os ombros, curvem a espinha e continuem a pagar o que vos exigem...




Fiquem bem. Até amanhã!


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quem cuida das nossas crianças?

95% das creches e infantários têm concentrações de bactérias acima do recomendado

Um projecto de investigação sobre o ambiente e saúde em creches e infantários concluiu que a deficiente renovação do ar está associada a problemas respiratórios nas crianças

A investigação avaliou 125 salas de 19 creches e infantários em Lisboa e no Porto e encontrou uma qualidade do ar inadequada, com elevadas concentrações de bactérias e dióxido de carbono, que está associada a problemas respiratórios nas crianças.
No que se refere às bactérias – indicador de uma má renovação do ar e que não são necessariamente patogénicas (que causam doenças) – o máximo detectado foi superior a 26 mil UFC (unidades formadoras de colonias) por metro cúbico quando o valor dreferência em Portugal é de 500 ufc/m3.

Ler mais: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/95-das-creches-e-infantarios-tem-concentracoes-de-bacterias-acima-do-recomendado-1581244?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

 
Num país em que a população está a envelhecer e a natalidade a diminuir, isto é uma situação, no mínimo, preocupante.

Em primeiro lugar para as próprias crianças e para os respectivos pais. Se contribuem - cada vez mais pesadamente - nos impostos que o Estado lhes cobra, é da mais elementar justiça que se assegure o bem-estar dos nossos descendentes.

Em segundo lugar, das gerações mais velhas porque, se não houver renovação populacional em número adequado (e não está a haver), a prazo o país deixa de existir, porque, pura e simplesmente, não terá habitantes.

E a Segurança Social não terá sustentabilidade

Não será amanhã, estas evoluções são lentas, mas, para assegurar a perenidade da população, a taxa de natalidade (segundo afirmam) deve ser de 2,1 filhos por mulher em média. E nós estamos muito abaixo desse valor.

Fonte: Banco Mundial

De 1960 para 2010, o número médio de filhos por mulher desceu de 3 para 1,3

Paralelamente, de 1960 a 2010 a taxa bruta de natalidade em Portugal desceu de 24 para 9 nados-vivos por 1000 habitantes.


Fonte: Pordata
 
Se considerarmos a evolução da taxa de fecundidade, verificamos que desde 1971 a 2011 ela desceu de 84,6 para 38,7:

Fonte: Pordata
Atendendo à situação actual de crise que vivemos, a tendência dos jovens é casar cada vez mais tarde e reduzir o número de descendentes por força das dificuldades económicas que enfrentam.

E depois desta exposição, vêm as perguntas sacramentais:

  • O que está a fazer o Governo para contrariar estas tendências?

  • O que está o Governo a fazer para zelar pela saúde do bem mais precioso que os portugueses têm: os seus filhos?

Não me interessam dados económicos nem saber a que ministérios de tutela cabe a responsabilidade de olhar por esta situação.

Estas perguntas, como responsável máximo, são feitas ao Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho:


O que andam os senhores a fazer?


Até amanhã!

Não há mal nenhum em mudar de opinião,
contanto que seja para melhor.
(Winston Churchil)